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Democracia vive declínio no Brasil e em 23 países,diz estudo

Segundo levantamento feito pela Universidade de Gotemburgo, o mundo está voltando a nível democrático semelhante a 1991, com o fim da URSS

21 jun 2018 - 13h59
(atualizado às 16h46)
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Mais de 2,5 bilhões de pessoas - quase um terço da população mundial -- vivem em países onde a democracia está e declínio. A conclusão é de um estudo conduzido pela Universidade sueca de Gotemburgo que aponta que, que no ano passado, houve um declínio na democracia em 24 países, incluindo Brasil, Estados Unidos e Índia. A pesquisa, apoiada por três mil especialistas em 202 países, revela que, nos últimos seis anos, houve um retrocesso global de pelo menos 25 anos, voltando ao nível democrático registrado logo depois do fim da União Soviética, em 1991.

Além disso, o estudo identificou que as maiores ameaças são à autonomia dos meios de comunicação, à liberdade de expressão e ao estado de direito. Para a Universidade sueca, os resultados são "realmente inquietantes", e o declínio representa a redução de direitos e liberdades em países que estão entre os mais importantes e populosos do mundo.

Segundo estudo da Universidade de Gotemburgo, o mundo está com nível democrático semelhante ao de 1991, quando a URSS se dissipou
Segundo estudo da Universidade de Gotemburgo, o mundo está com nível democrático semelhante ao de 1991, quando a URSS se dissipou
Foto: Oatawa / iStock

Segundo os estudiosos, existe uma tendência à autocratização - perda de legitimidade da democracia com a violação dos critérios básicos como liberdade, transparência e rotatividade-, "que parece ocorrer principalmente nas regiões mais democráticas do mundo". "Mesmo que a maioria das pessoas viva em democracias em 2017, ela diminuiu nos países que abrigam cerca de um terço da população mundial", enfatizou o estudo.

A África subsaariana é a única região que vai na contramão dessa tendência e mostra um pequeno aumento da democracia em toda a região. Por outro lado, as análises indicam que, em alguns países que gozam de democracia em "boa saúde", certas parcelas da população, como mulheres e os mais pobres, estão em desvantagem quando se fala em acesso ao poder político. O acesso igualitário, em termos de gênero e status socioeconômico, verifica-se em países que hospedam apenas 15% da população mundial.

A Europa Ocidental e a América do Norte também retrocederam a níveis de 40 anos atrás, em termos de democracia liberal, no que tange a separação dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Três potências emergentes entre as nações dos Brics também registram retrocessos significativos: Brasil, Rússia e Índia. Já entre os países da Europa do Leste, Polônia e Hungria apresentaram declínio.

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