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Deputado venezuelano diz que ataque a Maduro foi "montagem"

Júlio Borges, ex-presidente do Parlamento exilado na Colômbia, afirmou que ação foi orquestrada para governo chavista 'perseguir e condenar' opositores; deputado Juan Requesens foi detido por agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência

8 ago 2018 - 13h28
(atualizado às 13h28)
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Foto: Reuters

O ex-presidente do Parlamento da Venezuela Julio Borges rejeitou a detenção do deputado Juan Requesens, apontado pelo presidente Nicolás Maduro como um dos envolvido no suposto atentado sofrido no sábado, e disse que tal ataque foi uma "montagem" para "perseguir" os que se opõem ao governo.

"Denunciamos perante o mundo a injustificável detenção do deputado @JuanRequesens, que teve sua imunidade parlamentar violada e o prenderam por ordem de @NicolasMaduro. A ditadura aproveita a montagem de um suposto atentado para condenar a oposição", disse Borges no Twitter, onde também rejeitou estar envolvido no ataque.

Maduro afirmou na noite de terça-feira que várias pessoas, entre eles Requesens e Borges, eram responsáveis pelo "ataque" sofrido no sábado e pediu aos governos da Colômbia e dos Estados Unidos colaboração com as investigações.

"Todas as declarações (dos seis detidos como autores do atentado) apontam para Julio Borges, que vive em uma mansão em Bogotá amparado pelo governo da Colômbia. Sabemos que ele tem a covardia para participar deste tipo de evento", acusou.

O presidente da Assembleia Constituinte, Diosdado Cabello, convocou para quarta-feira, 8, uma sessão que terá como ponto único o "cancelamento da imunidade parlamentar dos deputados envolvidos no magnicídio frustrado" contra Maduro.

Borges criticou através do Twitter, as acusações do presidente da Venezuela ao lembrar que Maduro o acusou da "guerra econômica, da crise do dinheiro, da hiperinflação, da escassez generalizada e do tráfico de mulheres brancas para prostituição". "E agora da farsa do atentado? Não engana ninguém."

"O único culpado da tragédia do país é você", acrescentou o deputado, ao mesmo tempo que insistiu que nem o país e nem o mundo acreditam "na farsa do atentado" e que tal ataque é "uma montagem para perseguir e condenar os que se opõem à ditadura".

"@NicolasMaduro você é o culpado do caminho de destruição que transitamos, não busque mais responsáveis. A detenção contra @JuanRequesens é inaceitável e outra grande covardia da ditadura que lideras", escreveu.

Em paralelo, o Primeiro Justiça (PJ), partido de ambos legisladores, denunciou que Requesens foi detido na sua residência por agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin).

"Foram sequestrados por 14 homens do Sebin sob golpes o deputado Juan Requesens" e sua irmã Rafaela, revelou o partido em sua conta no Twitter. Rafaela foi libertada posteriormente, segundo sua família.

Requesens, de 29 anos, havia discursado na terça-feira no Parlamento convocando a população a "tirar Nicolás Maduro, a acabar com esta tragédia".

"Vamos poder receber todos os venezuelanos que estão loucos para voltar ao país. Os que permanecem aqui não têm outra alternativa que seguir esticando a corda até que rompa e possamos tirar Nicolás Maduro", afirmou.

O governo em Caracas garante que os autores materiais do atentado foram treinados em uma fazenda na localidade colombiana de Chinácota, com dinheiro de pessoas que residem na Flórida, nos EUA.

Em sua mensagem, Maduro também voltou a acusar o então presidente colombiano, Juan Manuel Santos, de orquestrar o ataque. Santos entregou o poder na terça-feira a Iván Duque. "Não tenho dúvidas de que ele teve participação. Tenho muitos elementos", declarou Maduro, sem dar detalhes.

No sábado passado, quando Maduro concluía um discurso em uma parada militar, explosões interromperam abruptamente o ato. O governo afirma que o presidente foi alvo de uma tentativa de "magnicídio" com drones carregando explosivos C4. / EFE e AFP

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Maduro faz juramento diante de Assembleia Nacional Constituinte:
Estadão
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