Designers criam boneco "fofinho" do presidente uruguaio José "Pepe" Mujica
Sorridente e com a faixa presidencial, ele se apresenta em duas versões: de 16 cm e de 25 cm. Trata-se do boneco “Mi Pepe Mullido” (algo como “meu Pepe macio”, na tradução do espanhol para o português), denominação que traz um trocadilho com o sobrenome real da sua fonte de inspiração: o mandatário uruguaio José “Pepe” Mujica.
O souvenir começou a ser vendido há uma semana em um espaço comercial que estava abandonado no centro de Montevidéu, e que foi recuperado e reaberto em setembro por dez jovens designers de roupas e objetos da capital.
A ideia do boneco surgiu por conta da insistência dos turistas que visitavam o lugar - a galeria Sanfys, especializada em criações autorais - e não encontravam "nada típico do Uruguai" por lá. "Foi então que começamos a pensar em desenvolver algo que representasse o modo de ser uruguaio, por meio de alguém. Pensamos em (Diego) Forlán, (Jorge) Drexler, (Luis) Suárez, mas acabamos escolhendo o Mujica", contou ao Terra Javier Wernyjowski, publicitário e um dos donos da Boogieland, loja onde são vendidos os “mullidos”.
O design do souvenir - sóbrio, em contraste com os demais objetos da loja, destinados a um público "nerd-geek" e com fortes referências da cultura pop internacional - foi idealizado pela figurinista de publicidade María Elena Eliash e por sua irmã, Olivia Eliash, artista plástica que vive no Chile. Mujica é representado de forma simpática e com as mãos nos bolsos.
O objetivo era oferecer uma representação do mandatário com algum toque de personalidade, mas que se mantivesse coerente com a realidade. "Foi feito com respeito", diz Wernyjowski. De algodão e com enchimento de fibra siliconada, custa 290 pesos uruguaios (aproximadamente R$ 30) em versão pequena, e 350 pesos uruguaios (R$ 35), o modelo maior.
Em uma semana de comercialização, até agora são vendidos dois "Pepes" ao dia, em média, segundo o publicitário. Ele observa que a demanda por algo que tenha a cara do Uruguai, mas que fuja do tradicional chimarrão e dos objetos de couro e prata é tão grande que, antes mesmo de o boneco estar terminado, duas turistas coreanas o compraram (ao ver um protótipo do objeto em cima do balcão) e dias depois voltaram, a caminho do aeroporto, para levar para os amigos outros cinco exemplares.
"Elas tinham acabado de conhecer Mujica pessoalmente, em um congresso sobre direitos trabalhistas", conta Wernyjowski. "E me disseram: 'Abraçamos o presidente, e ele é exatamente assim, fofinho'."