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Diabo está punindo o México com violência, diz papa Francisco

13 mar 2015 - 15h11
(atualizado às 15h11)
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O diabo está punindo o México com a violência criminal, disse o papa Francisco, poucas semanas depois de o governo mexicano ter se queixado de que o pontífice estigmatizou o país classificando-o como terreno fértil para o caos dos cartéis de droga.

Papa Francisco em discurso na Basília de São Pedro. 13/03/2015.
Papa Francisco em discurso na Basília de São Pedro. 13/03/2015.
Foto: Alessandro Bianchi / Reuters

“Acho que o diabo está punindo o México com grande fúria”, disse Francisco, de 78 anos, à televisão mexicana em uma entrevista transmitida na noite de quinta-feira, quando discutia o desaparecimento e aparente massacre de 43 estudantes mexicanos no ano passado.

Argumentando que o diabo está com raiva do México por sua fé cristã, Francisco disse que “todos têm que contribuir para resolver” os males da criminalidade que aflige o país.

O México, nação de forte tradição católica, vem sendo assolado pela violência do narcotráfico na última década. Mais de 100 mil pessoas morreram em confrontos entre os cartéis e as forças de segurança nos oito últimos anos.

No mês passado, causou comoção a publicação de um e-mail particular do papa no qual ele expressou preocupação com a “mexicanização” da Argentina em razão da violência relacionada às drogas.

Rapidamente o México enviou uma carta de protesto ao Vaticano, que afirmou não ter pretendido ofender o país.

“Está claro que é um termo técnico. Não tem nada a ver com a dignidade do México. Como quando falamos de balcanização, nem os sérvios, nem os macedônios, nem os croatas ficam bravos”, disse Francisco, referindo-se ao uso da palavra mexicanização.

O desaparecimento de 43 alunos na cidade de Iguala, no sudoeste mexicano, em setembro passado motivou críticas internacionais à questão da segurança no México.

O país afirmou que os jovens foram sequestrados por policiais corruptos, entregues a um cartel de drogas local e depois carbonizados, desencadeando a pior crise política do presidente mexicano, Enrique Peña Nieto.

Francisco também declarou na entrevista que acredita que terá um pontificado curto e que está disposto a renunciar, como seu antecessor, ao invés de permanecer no cargo pelo resto da vida.

(Por Dave Graham)

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