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Eleição presidencial no Chile opõe ex-amigas de infância

17 nov 2013 - 10h22
(atualizado às 10h41)
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mesários esperam eleitores antes da abertura das urnas em Santiago
mesários esperam eleitores antes da abertura das urnas em Santiago
Foto: AFP

Uma coincidência marca as eleições presidenciais do Chile neste domingo: as principais candidatas a ocupar o Palácio de La Moneda, sede do governo do país, são ex-amigas de infância.

Segundo analistas, a disputa está entre a ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, que concorre novamente ao posto, e sua rival, a candidata de direita Evelyn Matthei. Pesquisas de intenção de voto dão vantagem substancial a Bachelet sobre Matthei. Caso Bachelet não vença no primeiro turno, o segundo turno será realizado em dezembro.

As duas candidatas, no entanto, têm mais em comum do que a vontade em ser a nova presidente do Chile. Elas foram amigas de infâncias antes de seguirem rumos diferentes por causa da ditadura de Pinochet.

<p>Candidata à presidência do Chile Michelle Bachelet acena após dirscurso durante comício de encerramento de sua campanha, em Santiago</p>
Candidata à presidência do Chile Michelle Bachelet acena após dirscurso durante comício de encerramento de sua campanha, em Santiago
Foto: Ivan Alvarado / Reuters

Bachelet, pediatra de formação, foi a primeira presidente mulher do Chile, governando o país entre 2006 e 2010. As pesquisas de intenção de voto a colocam com pouco menos de 50% dos votos - patamar insuficiente para evitar um segundo turno - mas ainda 30 pontos percentuais a frente de Matthei.

Desigualdade social

Bachelet, que lidera a aliança de seu Partido Socialista, os Democratas Cristãos e Comunistas, vem fazendo campanha por políticas que reduzam a desigualdade entre ricos e pobres. O Chile é um dos países mais ricos da América Latina, mas milhões de chilenos vêm protestando nos últimos anos por uma distribuição mais igualitária da riqueza e do acesso à educação.

Bachelet, de 62 anos, quer aumentar os impostos de forma a oferecer educação universitária gratuita e reformar as estruturas políticas e econômicas realizadas durante a ditadura de Augusto Pinochet, que governou o país de 1973 a 1990. "Nós temos de garantir uma ampla vitória, queremos o primeiro turno porque nós temos muito a fazer por esse país", afirmou Bachelet durante campanha na última quinta-feira.

Evelyn Matthei acena para partidários durante último comício antes das eleições de domingo
Evelyn Matthei acena para partidários durante último comício antes das eleições de domingo
Foto: AFP

Já Evelyn Matthei, de 60 anos, reivindica a continuação das políticas do atual presidente Sebastián Piñera, afirmando que os Chilenos estão "mais ricos" agora do que quando ele chegou ao poder quatro anos atrás.

Tanto Matthei quanto Bachelet são filhas de generais que se viram em lados opostos na política quando Pinochet passou a comandar o Chile. Nos anos 50, as candidatas eram vizinhas e costumavam brincar juntas na base aérea onde seus pais serviam.

Durante a ditadura Pinochet, o pai de Evelyn Matthei, Fernando, tornou-se responsável pela escola militar onde o pai de Bachelet, Alberto, morreu de ataque cardíaco enquanto estava sendo torturado. Mais de 13 milhões de chilenos, ou cerca de dois terços da população, devem ir às urnas. Os locais de votação abriram às 8h (9h no horário de Brasília).

Entre os outros candidatos que disputam a presidência, estão o economista Franco Parisi e o cineasta Marco Enríquez-Ominami. Os chilenos também vão às urnas eleger novos representantes para a Câmara dos Deputados e para parte do Senado.

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