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Equador: permanência de Assange em embaixada é 'atentado'

18 jun 2014 - 01h21
(atualizado às 01h24)
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O presidente do Equador, Rafael Correa, denunciou nesta terça-feira que a "prisão" do fundador do Wikileaks, Julian Assange, na embaixada do Equador em Londres, que na próxima quinta-feira completará dois anos asilado na missão diplomática, representa um "atentado" contra os direitos humanos.

<p>Assange completar&aacute;, na pr&oacute;xima quinta-feira, dois anos asilado na miss&atilde;o diplom&aacute;tica equatoriana</p>
Assange completará, na próxima quinta-feira, dois anos asilado na missão diplomática equatoriana
Foto: Suzanne Plunkett / Reuters

"Estão atentando contra os direitos humanos de uma pessoa", disse Correa em um encontro com jornalistas em Guayaquil, no sudoeste do país, no qual lembrou que Assange vive "fechado em pequenos quartos" e "talvez" só receba a luz do sol durante "meia hora em uma varanda".

Assange permanece na embaixada equatoriana em Londres desde 19 de junho de 2012. Se o ativista deixar o local, as autoridades britânicas o deterão para entregá-lo às suecas, que o reivindicam por supostos crimes sexuais.

Além disso, o Executivo do Reino Unido se nega a entregar um salvo-conduto para que Assange possa deixar as dependências da embaixada. O jornalista australiano se nega a abandonar as instalações, pois teme que será extraditado para a Suécia que, finalmente, poderá enviá-lo para os EUA, onde é foragido da justiça por divulgar documentos diplomáticos em 2010. Correa reiterou nesta terça-feira que "a solução está nas mãos da Suécia e de Grã-Bretanha. A nós (Equador), não nos causam danos", disse.

O presidente equatoriano também lembrou que o ativista "não é acusado", mas tem que ser interrogado, o que poderia ser feito por vídeo conferência ou na embaixada, uma situação da qual existem precedentes.

Correa, que destacou a "prepotência imperial" existente neste caso, comentou que o promotor sueco responsável pela investigação não quer utilizar esses procedimentos para obter o depoimento de Assange e lembrou que "um promotor anterior havia arquivado o caso". "Imaginem - disse Correa aos jornalistas - se a situação fosse ao contrário e se nós não déssemos salvo-conduto para um asilado em uma missão europeia em Quito, tudo o que estariam dizendo os meios internacionais, todas as denúncias à CIDH (a Comissão Interamericana de Direitos Humanos), à Corte Internacional, etc.". Mas, segundo o governante equatoriano, no caso de Assange, por estar em território equatoriano, "não acontece nada, porque a ordem mundial não é apenas injusta, é imoral".

Correa detalhou que Assange poderá continuar na embaixada "o quanto quiser", pois "está sob a proteção do Estado equatoriano". Assange oferecerá nesta quinta-feira uma entrevista coletiva com o governo do Equador em um evento no qual se conectará com as autoridades em Quito, confirmou hoje o ministro das Relações Exteriores equatoriano, Ricardo Patiño, através do Twitter.

Nos últimos dias circularam pelas redes sociais várias fotografias de Julian Assange. Em uma delas, aparecia com o uniforme da seleção de futebol do Equador pouco antes do duelo entre o país que o acolheu e a Suíça pela Copa do Mundo.

Nessa imagem, Assange, que em julho completa 43 anos (seu segundo aniversário sem sair da embaixada), aparece com boa aparência, com os cabelos cortados e a barba feita.

EFE   
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