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Espanha, França, Alemanha e Reino Unido pressionam Maduro

Países europeus dizem que se Caracas não convocar nova eleição presidencial em até 8 dias apoiarão Juan Guaidó como presidente interino responsável por conduzir transição democrática

26 jan 2019 - 13h21
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Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante coletiva de imprensa em Caracas 25/01/2019 REUTERS/Manaure Quintero
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante coletiva de imprensa em Caracas 25/01/2019 REUTERS/Manaure Quintero
Foto: Reuters

Os governos da Espanha, França, Alemanha e Reino Unido deram neste sábado, 26, um ultimato de oito dias ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, para convocar novas eleições presidenciais. Caso contrário, devem reconhecer o líder parlamentar opositor Juan Guaidó como presidente interino.

"Se no prazo de oito dias não acontecer uma convocação de eleições justas, livres e transparentes na Venezuela, a Espanha reconhecerá Juan Guaidó como presidente", afirmou o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez.

"Se isto não acontecer, reitero, se não acontecer isto, a Espanha reconhecerá Guaidó como presidente encarregado de organizar as eleições", completou. "Não buscamos colocar ou remover governos na Venezuela. Queremos democracia e eleições livres na Venezuela."

O ultimato foi seguido por França e Alemanha com poucos minutos de intervalo. Um pouco depois, o Reino Unido também se juntou ao movimento de pressão contra o chavista.

o presidente francês Emmanuel Macron divulgou uma mensagem em sua conta no Twitter.

"O povo venezuelano deve poder decidir livremente seu futuro. Sem eleições anunciadas dentro de oito dias, estamos prontos para reconhecer Juan Guaidó como 'presidente encarregado' da Venezuela" para implementar tal processo político", escreveu.

Na mesma rede social, a porta-voz do governo alemão, Martinha Fietz, seguiu a mesma linha: "O povo venezuelano tem que poder decidir livremente e em total segurança o seu futuro. Caso não sejam anunciadas eleições em um prazo de oito dias, estamos dispostos a reconhecer Juan Guaidó, para que inicie este processo político, como presidente interino".

O tuíte foi replicado pelo próprio porta-voz do governo, Steffan Seibert, que na sexta-feira tinha anunciado que a Alemanha reconheceria Guaidó se novas eleições não fossem convocadas imediatamente.

Momentos mais tarde, o chanceler do Reino Unido, Jeremy Hunt, também usou a rede social para se posicionar em relação à crise venezuelana. "@jguaido é a pessoa certa para levar a Venezuela adiante", escreveu, mencionando a conta oficial do líder opositor.

"Se não houver o anúncio de eleições limpas e justas no prazo de 8 dias, o Reino Unido reconhecerá ele (Juan Guaidó) como presidente interino para levar o processo político adiante em direção à democracia", completou.

Este são os pronunciamentos mais explícitos de Estados membros da União Europeia (UE) desde a autoproclamação, na quarta-feira passada, do líder opositor de 35 anos como presidente interino do país sul-americano.

Guaidó foi reconhecido rapidamente por Estados Unidos, Brasil, Argentina e Colômbia e outros países da região.

O advertência de Espanha, França, Alemanha e Reino Unido aconteceu após dias de negociações para estabelecer uma posição comum na UE que pressionasse Maduro a convocar eleições. Os países membros, no entanto, não conseguiram um acordo na sexta-feira para uma declaração tão explícita.

Depois de alguns dias de silêncio e pressionado pela oposição de direita na Espanha para reconhecer Guaidó, Sánchez, que conversou por telefone na quinta-feira com o líder opositor venezuelano, deu um passo adiante neste sábado.

"A todo momento, a Espanha liderou a posição da União Europeia favorável à democracia e à liberdade. E nós fazemos isso em coerência com o nosso relacionamento especial e com a nossa responsabilidade como membro da comunidade ibero-americana", declarou.

"Guaidó é a pessoa que encarna, em nossa visão, a máxima representação da Assembleia Nacional ao ostentar sua presidência e, em consequência, é a pessoa que deve liderar esta transição para eleições livres", afirmou Sánchez.

Na sexta-feira, durante uma entrevista coletiva, Maduro atacou o governo espanhol.

"Se eles querem eleições, que façam eleições na Espanha", disse, em referência ao fato de Sánchez não ter sido eleito nas urnas, e sim como resultado de uma moção de censura ao governo anterior.

"Não tem moral para dar lições à Venezuela nem para apresentar um ultimato", disse Maduro na véspera da advertência de Sánchez. / AFP, EFE e REUTERS

Estadão
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