EUA acusam Maduro de querer 'exilar' líder opositor López
O líder do partido Vontade Popular está detido desde fevereiro de 2014 e é acusado de incitar à violência durante a onda de protestos que deixou 43 mortos e centenas de feridos na Venezuela
Os Estados Unidos acusaram nesta segunda-feira o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de propor o "exílio" do líder opositor venezuelano Leopoldo López.
"Repetidamente, pedimos a libertação de todos os presos políticos, um chamado que tem ecoado em muitas entidades internacionais e multinacionais, e o presidente Maduro propõe exilar as figuras opositoras em vez de manter uma discussão sobre as verdadeiras preocupações e problemas da Venezuela", assinalou a porta-voz do departamento americano de Estado Jennifer Psaki.
No domingo, Maduro fez uma proposta para trocar López pelo porto-riquenho Óscar López Rivera, preso nos Estados Unidos, como uma forma de melhorar as relações entre Caracas e Washington, após a Casa Branca aprovar sanções contra altos funcionários venezuelanos.
"Querem boas relações? Nós também, sem condições", disse Maduro, criticando seus detratores que pedem a libertação de López. "Digo que a única forma de libertá-lo (...) é para colocá-lo no avião rumo aos Estados Unidos, e para receber Óscar López Rivera, em uma troca cabeça por cabeça, homem por homem", destacou Maduro na véspera.
López Rivera cumpre pena de prisão desde 1981 nos EUA por conspiração e transporte de armas e munições envolvendo o grupo nacionalista Forças Armadas de Libertação Nacional Porto-Riquenha (FALN), segundo o departamento de Justiça.
Psaki rejeitou a proposta afirmando que "não há comparação entre os dois casos". "É lamentável que alguém como Leopoldo López, que se presume inocente, seja sentenciado na TV pelo presidente da Venezuela antes da conclusão de seu julgamento".
López, líder do partido Vontade Popular, está detido desde fevereiro de 2014, acusado de incitar à violência durante a onda de protestos que deixou 43 mortos e centenas de feridos na Venezuela no início de 2014.
Entenda a crise na Venezuela: inflação, desabastecimento, violência e mais