Ex-prisioneiro de Guantánamo pede que Argentina aceite detidos
Um ex-detento da prisão norte-americana de Guantánamo viajou da sua nova casa no Uruguai para a vizinha Argentina nos últimos dias com a missão de pressionar o governo de Buenos Aires a dar refúgio aos presos ainda detidos em Cuba.
Jihad Diyab, um dos seis libertados em dezembro e que receberam refúgio no Uruguai, disse a uma rádio argentina e outros meios de comunicação que estava no país em nome dos presos que permanecem na base norte-americana na Baía de Guantánamo, em Cuba.
"Eu nunca vou esquecer meus amigos que ainda estão lá, e é por isso que eu vim aqui, para lutar por justiça", disse Diyab à emissora argentina Radio Madre.
"O governo da Argentina poderia aceitar prisioneiros de Guantánamo por razões humanitárias", afirmou o sírio.
Ele não disse quanto tempo ficará no país ou com quem irá se encontrar. Os ministérios do Interior e do Exterior da Argentina se recusaram a comentar o assunto. A advogada de Diyab, Cori Crider, do grupo de direitos humanos internacional Reprieve, não comentou de imediato.
Enquanto preso, Diyab travou um desafio legal contra a alimentação forçada executada pelos militares dos Estados Unidos àqueles que estavam em greve de fome em Guantánamo.
Ele e outros cinco ex-prisioneiros de Guantánamo foram levados para o Uruguai no início de dezembro. O governo uruguaio disse que os seis seriam tratados como "homens totalmente livres".
O presidente do Uruguai, José Mujica, disse na época que os homens --quatro sírios, um tunisiano e um palestino-- poderiam sair quando quisessem ou ficar o tempo que quisessem.
O governo do presidente norte-americano, Barack Obama, acelerou a transferência de presos de Guantánamo nos últimos meses, mas os seus esforços para fechar a penitenciária têm sido bloqueados por parlamentares que consideram os presos uma ameaça.
Ao assumir o cargo há seis anos, Obama prometeu fechar o centro de detenção, usado para aprisionar pessoas capturadas após os atentados de 11 de setembro de 2001 contra os EUA.
((Tradução Redação São Paulo; +5511 5644-7731)) REUTERS BM RBS