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Farc dizem que Álvaro Uribe "está por trás" de espionagem de negociadores

Chefe guerrilheiro disse que o assunto é grave e que a espionagem atingiria não só o Governo nacional, mas as delegações de paz das Farc

5 fev 2014 - 14h41
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O chefe guerrilheiro conhecido como Ivan Márquez acusou o ex-presidente da Colômbia de estar envolvido com caso de espionagem
O chefe guerrilheiro conhecido como Ivan Márquez acusou o ex-presidente da Colômbia de estar envolvido com caso de espionagem
Foto: EFE

As Farc afirmaram nesta quarta-feira em Havana que o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe 'está por trás' do suposto caso de espionagem aos negociadores do Governo em diálogos de paz e asseguraram que os delegados da guerrilha também foram vítimas desta prática. "Álvaro Uribe está por trás de tudo isso. Ele é o inimigo público número um da paz na Colômbia", disse  o número dois da guerrilha e seu chefe negociador, Luciano Marín Arango, conhecido como Ivan Márquez, em declarações aos meios de comunicação. 

O chefe guerrilheiro qualificou este assunto como realmente grave e denunciou que "aqui não se está espionando a delegação de paz do Governo nacional, mas especialmente as delegação de paz das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia)".

Ivan Márquez pediu ao Governo de Juan Manuel Santos que atue "de uma maneira que não deixe dúvidas acerca da origem e da intenção deste tipo de atividades" que, segundo sua opinião, disparam contra o propósito superior da paz.

As tramas de espionagem reapareceram na política colombiana com denúncias sobre uma suposta central de inteligência militar clandestina que tinha na mira, entre outros, os negociadores do Governo nas conversas de paz com a guerrilha.

O presidente Santos condenou esses fatos e exigiu uma investigação a fundo sobre um caso que já custou o posto a dois altos comandantes da inteligência militar colombiana, concretamente, o chefe de Inteligência do Exército, general Mauricio Ricardo Zúñiga, e o diretor da central de Inteligência Técnica do Exército (Citec), general Óscar Zuluaga.

O número dois das Farc fez estas declarações minutos antes do início de uma nova jornada de conversas com os negociadores do Governo que, como é habitual, não fizeram declarações à imprensa durante a chegada ao Palácio de Convenções de Havana, sede permanente dos diálogos de paz colombianos.

O processo que tenta pôr fim ao conflito armado mais longo da América Latina se encontra na atualmente centrado no debate sobre o tema das drogas e o narcotráfico.

Em torno deste assunto, as Farc apresentaram hoje outra bateria de propostas para pedir que se suspendam imediatamente as aspersões aéreas com agentes químicos como o glifosato sobre cultivos de coca, papoula e maconha.

EFE   
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