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Farc estão preparadas para guerra urbana caso paz fracasse, diz Santos

16 jun 2016 - 20h32
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O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, afirmou nesta quinta-feira que as Farc estão preparadas para começar uma guerra urbana caso fracasse o processo de paz que o governo negocia com a guerrilha há mais de três anos e meio em Havana, e que está próximo de terminar.

"Temos informação de que eles estão preparados para voltar à guerra e à guerra urbana, que é mais demolidora que a guerra rural", disse Santos na cidade de Medellín (noroeste), onde participa do Fórum Econômico Mundial (WEF) para a América Latina.

No Fórum, o presidente comandou a conferência "Assegurar a paz na Colômbia", que foi moderada pelo ex-presidente do governo espanhol Felipe González.

Santos aproveitou a ocasião para explicar o estado das negociações, que devem ser concluídas "nas próximas semanas", faltando que um acordo sobre o último ponto dos cinco da agenda de diálogos, que inclui o desarmamento e a desmobilização de guerrilheiros.

Sobre esse assunto, o presidente disse que "nestes próximos dias" espera "terminar essa negociação sobre esses pontos, onde vão entregar as armas, a quem, em que zonas vão se concentrar e em quanto tempo".

Os desacordos sobre o desarmamento impediram que as partes assinassem a paz no dia 23 de março, data estabelecida pelo governo e pela guerrilha seis meses antes em Havana, sede dos diálogos.

Durante o discurso, o chefe de Estado repassou perante o auditório o conteúdo dos quatro pontos já pré-acordados: desenvolvimento rural integral, participação política, substituição de cultivos ilícitos e vítimas, que inclui o espinhoso tema da justiça transicional.

Santos foi enfático ao assegurar que não haverá impunidade, um dos argumentos levantados pelos críticos ao processo, liderados pelo ex-presidente e agora senador Álvaro Úribe.

Ao ser questionado sobre a oposição do antecessor, Santos ressaltou que a eventual paz negociada com as Farc não exclusivamente sua e que "durante os últimos cinco anos e meio" buscou incorporar "todos os partidos políticos e organizações sociais" ao processo.

"Os partidos de oposição também estão apoiando a paz. O único que ficou fora por vontade própria foi o partido do presidente Uribe (o Centro Democrático, de direita), ao qual foram feitos todos os tipos de ofertas", comentou.

EFE   
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