Furacão atinge Haiti com ventos de 230 km/h e causa mortes
Cuba, Bahamas e EUA se preparam para fenômeno climático
O furacão Matthew atingiu o Haiti na manhã desta terça-feira (4) e já deixa um rastro de destruição e mortes pelo caminho. Com ventos de até 230 km/h, o fenômeno é considerado o mais forte da última década e já deixou, de acordo com fontes oficiais, três mortes.
"Nós vimos muitos mortos. Pessoas que saíram para o alto-mar. Há pessoas desaparecidas. Há pessoas que não respeitaram os alertas e eles perderam as suas vidas", disse o presidente interino do Haiti, Jocelerme Privert, em coletiva de imprensa.
Meteorologistas apontam que, além dos fortes ventos, o acumulado de chuvas nas próximas 24 horas pode atingir os 100mm - tanto no Haiti como na República Dominicana - e que o furacão deve chegar, ainda hoje, a Cuba e às Bahamas. Já a costa sul dos Estados Unidos está se preparando para enfrentar o fenômeno na quinta-feira (6).
Há muita preocupação, especialmente, sobre a situação do Haiti já que cerca de 70% da população ainda vive de maneira precária após o terremoto de 2010. Milhares de pessoas ainda moram em tendas improvisadas, que podem ser facilmente destruídas pela força do Matthew.
As fortes chuvas trazidas pelo fenômeno já inundaram grande parte do sul do país. Segundo o responsável pela agência de meteorologia local, Robert Semelfort, a situação só deve melhorar um pouco a partir desta quarta-feira (5).
Além disso, o Haiti se preparava para eleições presidenciais no próximo domingo (9). Em nota, as autoridades locais informaram que "ao menos por enquanto" o pleito está suspenso "e a situação será avaliada ao fim da passagem do furacão".
Evacuações
A República Dominicana decretou estado de emergência em 15 dos 32 estados do país e anunciaram uma evacuação de 15 mil pessoas de áreas consideradas de risco, informou o governo local, por causa da intensidade do furacão Matthew.
Já as autoridades cubanas anunciaram a evacuação de 300 mil pessoas da área oriental da ilha por causa do fenômeno climático, especialmente na região de Guantánamo e de Santiago de Cuba, onde o presidente Raúl Castro está desde o final de semana. "É necessário nos prepararmos porque não temos outra escolha. Esse furacão pode ter o dobro da potência em relação ao Sandy", disse Castro em relação ao evento ocorrido em 2012.
Até mesmo os Estados Unidos retiraram cerca de 700 pessoas - entre oficiais e seus familiares - de sua base em Guantánamo para precaução. Segundo os EUA, cerca de 4,8 mil militares estão no local para ajudar na reconstrução assim que o furacão passar pelo local.
A população da Flórida está se "preparando para o pior", segundo as autoridades. Temendo consequências "desastrosas", o governador Rick Scott já decretou estado de emergência e colocou equipes de defesa e socorristas a postos para prevenir e lidar com os problemas que serão trazidos pelo fenômeno.
Obama cancela comício
Por causa da chegada do furacão na costa da Flórida, o presidente Barack Obama cancelou sua participação em um evento eleitoral pró-Hillary Clinton que ocorreria em Miami.