Governo cubano liberta americano Alan Gross, preso há 5 anos
Medida representa "um primeiro passo" para normalizar as relações políticas e econômicas entre Cuba e Estados Unidos
Cuba libertou o norte-americano Alan Gross após cinco anos de prisão, em uma reportada troca de prisioneiros com Havana que os Estados Unidos disseram nesta quarta-feira ser um prenúncio de uma revisão da política dos EUA em relação à Cuba.
Gross, um funcionário da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid, na sigla em inglês) agora com 65 anos, foi preso em Cuba em 3 de dezembro de 2009, e depois condenado a 15 anos de prisão por importar tecnologia proibida e tentar estabelecer um serviço clandestino de Internet para judeus cubanos.
Os EUA e Cuba mantêm relações hostis há mais de meio século, e Obama deverá enfrentar protestos em Washington e na comunidade de exilados cubanos em Miami por libertar agentes de inteligência cubanos depois de 16 anos de prisão. A recompensa para Obama foi a libertação de Gross, cujo advogado e familiares descreveram-no como derrotado mentalmente, magro, mancando e sem cinco dentes.
Cuba considera a Usaid outro instrumento do contínuo assédio dos EUA contra a revolução de 1959 que levou Fidel Castro ao poder em Cuba. Fidel se aposentou em 2008, entregando o poder a seu irmão Raúl.
Os três agentes de inteligência cubanos, presos desde 1998, são Gerardo Hernandez, de 49 anos, Antonio Guerrero, 56, e Ramon Labañino, 51. Dois outros foram libertados antes de cumprirem a sentença toda: Rene Gonzalez, 58, e Fernando Gonzalez, 51. O chamado grupo dos Cinco Cubanos foi condenado por espionar grupos anticastristas exilados na Flórida e pelo monitoramento de instalações militares dos EUA.
"Como prometeu Fidel (Castro) em julho de 2001 quando disse que voltariam, chegaram hoje à nossa pátria Gerardo (Hernández), Ramón (Labañino) e Antonio (Guerrero)", disse Castro em um pronunciamento televisionado em rede nacional em Havana.
Foto: Twitter
Libertação de presos políticos
Cuba concordou em libertar 53 presos políticos, informou um funcionário americano nesta quarta-feira, em meio ao anúncio de uma histórica aproximação entre os dois países. "Um certo número desses indivíduos já foi libertado e esperamos continuar a ver as libertações prosseguirem", acrescentou a fonte.
Com informaçãoes da AFP, Reuters e EFE.