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América Latina

Governo e oposição venezuelana acertam início de diálogo

O governo da Venezuela e a opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) acertaram na noite desta terça-feira iniciar nas "próximas horas" um diálogo sob a supervisão de "facilitadores" da Unasul

9 abr 2014 - 00h04
(atualizado às 00h14)
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O governo da Venezuela e a opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) acertaram na noite desta terça-feira iniciar nas "próximas horas" um diálogo sob a supervisão de "facilitadores" da Unasul para superar a crise no país, apesar da rejeição de importantes setores da oposição.

"Há alguns acordos que alcançamos e um se refere à decisão de dialogar em termos de respeito mútuo e de igualdade, e de fazê-lo diante de todo o país", disse à imprensa o secretário-executivo da MUD, Ramón Guillermo Aveledo, após uma reunião preparatória promovida pelos chanceleres da Unasul, da qual participou o presidente Nicolás Maduro.

"Aspiramos que nas próximas horas ocorra uma reunião formal e pública, a qual os venezuelanos poderão ver e compartilhar", disse o vice-presidente, Jorge Arreaza, que participou do encontro preparatório - de mais de quatro horas - realizado na sede da Chancelaria em Caracas.

Além de Maduro e Arreaza, participaram da reunião o chanceler Elías Jaua, o governador opositor Henry Falcón e chanceleres da União das Nações Sul-Americanas (Unasul).

Arreaza e Aveledo explicaram que o diálogo terá como "facilitadores" os chanceleres de Brasil, Luiz Alberto Figueiredo; Colômbia, María Angela Holguín, e Equador, Ricardo Patiño, além de um representante do Vaticano.

Aveledo estimou que o representante do Vaticano pode ser seu secretário de Estado, Pietro Parolin. "Acertamos a presença de um terceiro de boa fé para que nos ajude neste difícil caminho que estamos prontos para traçar".

Segundo Arreaza, "todos estão convencidos da necessidade de respeitar todos os princípios e disposições da nossa constituição, de rejeitar a violência, de superar a intolerância e de avançar" em busca de uma solução para a crise.

Após o comunicado, setores da oposição rejeitaram o anúncio de "diálogo" feito pela direção da MUD, afirmando que trata-se de um show político utilizando os chanceleres da Unasul".

A Vontade Popular - cujo líder Leopoldo López está preso sob a acusação de promover a violência nos protestos - explicou que não compareceu à reunião preparatória porque não foram atentidas as condições prévias.

Segundo a Vontade Popular, que integra a MUD, entre as condições estavam a "libertação imediata" de López, de dois prefeitos opositores e de vários outros detidos qualificados de "presos políticos", além do "fim imediato da perseguição política contra a dissidência".

O prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, outro integrante da MUD, também rebateu o anúncio ao afirmar que "enquanto existirem estudantes detidos, presos políticos, repressão, invasão cubana e sequestro das instituições o diálogo no será real".

A Venezuela é sacudida há dois meses por uma onda de protestos que já deixou 39 mortos, 600 feridos e mais de 100 opositores detidos.

Maduro propôs um diálogo nacional no final de fevereiro, mas a MUD rejeitou participar por considerar que não havia condições equilibradas para as negociações.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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