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Governo aponta "empate técnico" em referendo na Bolívia

22 fev 2016 - 00h11
(atualizado às 08h08)
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Contagem de votos no referendo da Bolívia
Contagem de votos no referendo da Bolívia
Foto: EFE

O governo da Bolívia afirmou nesse domingo (21) que houve um "empate técnico" no referendo constitucional sobre a reeleição do presidente Evo Morales, e disse que os números oficiais poderiam variar em relação aos das pesquisas por apuração rápida que dão a vitória ao "Não".

O vice-presidente, Álvaro García Linera, disse em entrevista coletiva em La Paz que os resultados preliminares das empresas Ipsos e Equipo Mori mostram que o país está "diante de um claríssimo empate técnico eleitoral", que constata que "a metade do povo boliviano optou pela alteração na Constituição".

Ainda sem resultados oficiais, as primeiras pesquisas divulgadas pela imprensa boliviana dão ao "Não" entre 51% e 52,3% e ao "Sim" entre 47,7% e 49%, o que foi comemorado pelas forças de oposição.

Linera rotulou de "forçada" e "prematura" a festa da vitória da rejeição à reforma constitucional para permitir uma nova candidatura de Morales nas eleições de 2019, às quais ele também concorreria como candidato a vice-presidente.

Ele acrescentou que "o melhor e o mais saudável" é esperar os resultados oficiais, nos quais prevê que os números se modificarão "de uma maneira drástica".

Linera justificou sua afirmação ao assegurar que as pesquisadoras "se aproximam da verdade", mas "erram em dois ou três pontos percentuais", porque não levam em conta em suas pesquisas o voto no exterior, nem o dos bairros e comunidades afastadas, onde o governista Movimento ao Socialismo (MAS) "sempre tem maior pontuação".

Mais de 6,5 milhões de bolivianos foram convocados a votar no referendo, no qual se consultou sobre uma reforma constitucional para ampliar de dois para três os mandatos presidenciais consecutivos permitidos, o que possibilitaria que Morales e García Linera pudessem voltar a ser candidatos em 2019.

Se o "Sim" vencer, ambos poderão concorrer nessa eleição a um quarto mandato até 2025, quando a Bolívia comemorará o bicentenário de sua independência.

Consultado sobre os resultados que mostram uma margem estreita entre ambas as opções, apesar do desejo de Morales de vencer na consulta com 70% da votação, Linera disse que "os referendos são vencidos por um voto e isso é o que conta".

EFE   
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