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Governo venezuelano rejeita lei de anistia

16 abr 2014 - 04h51
(atualizado às 04h52)
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<p>Reunião entre governo e oposição tentou estabelecer uma agenda de trabalho entre as partes</p>
Reunião entre governo e oposição tentou estabelecer uma agenda de trabalho entre as partes
Foto: EFE

O governo e a oposição da Venezuela tiveram nesta terça-feira uma segunda reunião para o diálogo, que se estendeu por quatro horas, na qual foi rejeitada uma lei de anistia apresentada pela delegação opositora, mas foi acordado nomear uma junta médica que revise a saúde do delegado Ivan Simonovis.

Ao término da reunião, que contou com a presença do núncio do Vaticano e de chanceleres da União das Nações Sul-americanas (Unasul), designados para acompanhar o diálogo, os porta-vozes da oposição, Ramón Guillermo Aveledo, e do governo, o vice-presidente Jorge Arreaza, falaram com os jornalistas.

"Sobre os presos e os exilados é um assunto do qual ainda devemos tratar. Na próxima reunião vamos estabelecer um grupo de trabalho para ver como abordar esse tema. Nós tínhamos proposto a lei de anistia, isso não foi aceito por ora, então vamos buscar outros caminhos", disse Aveledo.

Além disso, o secretário-executivo da aliança de oposição Mesa de la Unidad Democrática (mesa da unidade democrática, MUD), afirmou que foi tratado o caso do delegado Simonovis, condenado por duas das 19 mortes registradas durante o fracassado golpe de Estado de 2002 contra o então presidente Hugo Chávez.

Segundo a oposição e o próprio delegado, através de seus advogados e familiares, sua saúde é precária e piora com as condições de reclusão. Aveledo informou que foi acordada a realização de novos exames em Simonovis "para determinar seu estado de saúde, de modo que fique claro para todos, que seja satisfatório para todos, para que medidas sejam adotadas em relação a sua saúde".

Além disso, ficou estabelecido que oposição e governo falarão com as vítimas "da violência e da ação policial" durante a tentativa de golpe de 2002. "Chegar a essas conclusões não custou apenas algumas horas de conversa, mas dias intensos de intercâmbios, pois o caminho não é simples, o caminho não é fácil", disse.

O vice-presidente, Jorge Arreaza, reiterou que foi acordado "primeiro uma reunião para que se escute as vítimas daquele dia 11 de abril e que foram massacradas" e que, além disso, uma junta médica aprovada pelas partes avaliará o estado de saúde do delegado "com toda a imparcialidade do caso".

Segundo Arreaza, a reunião "aconteceu como na quinta-feira passada, em bons termos, com respeito e tolerância". Além disso, foi acordado ativar uma Comissão da Verdade "ampla" na qual participem deputados de ambas as partes, assim como personalidades escolhidas pelos dois lados para investigar os casos de tortura e maus tratos contra manifestantes que participaram dos protestos dos últimos dois meses.

A Venezuela vive uma onda de protestos antigovernamentais que até agora deixaram mais de 40 mortos, além de centenas de feridos e detidos.

EFE   
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