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Hacker acusa militares colombianos de espionar presidente

Juan Manuel Santos reconheceu no início de ano que alguns e-mails de sua conta pessoal tinham sido interceptados ilegalmente

24 ago 2014 - 16h16
(atualizado às 16h17)
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<p>Juan Manuel Santos foi espionado por militares vinculados ao ex-presidente &Aacute;lvaro Uribe</p>
Juan Manuel Santos foi espionado por militares vinculados ao ex-presidente Álvaro Uribe
Foto: John Vizcaino / Reuters

Militares ligados ao ex-presidente Álvaro Uribe espionaram e-mails do atual presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, segundo disse o hacker Andrés Fernando Sepúlveda em uma entrevista à revista Semana que circula neste domingo.

À pergunta de quem espionou as mensagens do presidente, Sepúlveda, que trabalhou na campanha do então candidato presidencial uribista Óscar Iván Zuluaga, respondeu que foi "Andrómeda".

"Andrómeda" era o nome de uma fachada de inteligência utilizada por militares para fazer espionagem lícita de um local situado em um bairro de Bogotá que foi fechado quando se descobriu que também realizava ações fora da lei.

Santos reconheceu no início de ano que alguns correios de sua conta pessoal tinham sido interceptados de maneira ilegal.

Sepúlveda, preso pelos delitos de espionagem e intercepção de dados, em um caso vinculado com a campanha presidencial de Zuluaga, explicou que o objetivo de "Andrómeda" era saber o que fazia o presidente Santos.

"O objetivo de Andrómeda terminou se transformando um dos braços de informação do uribismo. E o objetivo era saber o que fazia o presidente, como fazia, quando fazia", disse Sepúlveda na entrevista à "Semana".

A revista foi a mesma que em fevereiro denunciou que militares colombianos espionavam os negociadores do governo nos diálogos de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) que se realizam desde 2012 em Havana.

Depois que se descobriu a fachada para ocultar operações de espionagem, Santos disse que era "lícito" usar escutas nas operações de inteligência.

"As fachadas de inteligência são totalmente lícitas. São operações de inteligência que estão contempladas dentro da lei, e isso não tem nada de irregular", declarou Santos na época.

Na entrevista à Semana, Sepúlveda também afirma que a ordem que tinha da campanha do Centro Democrático era atacar tudo o que não fosse compatível com as ideias do uribismo.

Isso incluía atacar, através das redes sociais, políticos, o procurador Eduardo Montealegre, o prefeito de Bogotá, Gustavo Petro, e outras personalidades da vida colombiana.

EFE   
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