HRW: não se pode pressionar Uruguai por buscar alternativas sobre as drogas
A ONG Human Rights Watch (HRW) disse nesta terça-feira que "não se podem pressionar" países como o Uruguai "por buscar alternativas" na legislação das drogas, em referência à recente aprovação do consumo de maconha no país sul-americano.
Segundo declarou à Agência Efe o diretor da ONG, Daniel Wilkinson, "a legislação internacional também deve mudar para que deixem de ser violados direitos como a privacidade", entre os quais inclui o consumo de drogas.
"É preciso descriminalizar o uso da droga, não tem nenhum sentido, é uma violação da privacidade e da autonomia o fato de que alguém não possa consumir drogas enquanto não causa danos a outras pessoas", acrescentou na apresentação em São Paulo do relatório anual da organização.
De acordo com Wilkinson, o Estado "pode ter o interesse de dissuadir" seus cidadãos para que não consumam drogas, já que há muitas que "causam danos", mas precisou que "encarcerar alguém para protegê-lo de si mesmo não faz sentido".
É por isso que a Human Rights Watch classifica de "muito positivo" o caminho da "experimentação" tomado pelo Uruguai, que com sua nova legislação "procura alternativas às políticas atuais que contribuíram para problemas de direitos humanos muito graves".
"O esforço de buscar alternativas é muito importante e o Uruguai demonstrou liderança neste sentido", assegurou Wilkinson, que considerou que "não há uma solução mágica", mas que segundo a experiência da ONG, "em países com muita violência, vale a pena tomar outros caminhos na legislação".