Imagens da Nasa mostram avanço do furacão Irma, o mais forte da última década, em direção ao Caribe
À medida que avança pelo Caribe, tempestade chega a ventos de 280 km/h e já é considerada 'potencialmente catastrófica'; várias ilhas se preparam para conter danos.
O furacão Irma já está sendo considerado por especialistas o mais poderoso da década no Atlântico. À medida que avança pelo Caribe, ganha força e já chegou, segundo a Nasa, à categoria 5.
A categoria 5 é a mais alta, quando e os ventos superam a marca dos 252 km/h, similar à velocidade de alguns trens de alta velocidade. Segundo a Nasa, os ventos do Irma já ultrapassam os 280 km/h.
A Nasa registrou diferentes imagens do furacão Irma, que indicam a proporção da tempestade que ameaça o Caribe. Uma delas foi registrada a partir da Estação Espacial da Nasa.
Nesta quarta-feira, o furacão chegou ao arquipélago de Antígua e Barbuda. Ele se aproxima das Ilhas Virgens e de Porto Rico, que declarou estado de emergência.
Companhias aéreas como a British Airways e a American Airlines cancelaram voos de e para a região. O aeroporto de Antígua, por exemplo, será fechado nesta quarta. Também estão suspensos voos entre ilhas da região, incluindo República Dominicana, Guadalupe e Ilhas Virgens Britânicas.
Moradores das ilhas caribenhas foram alertados para se prepararem para uma tempestade "potencialmente catastrófica". Nos EUA, a população de Key West, na Flórida, foi alertada para se retirar da área. O aeroporto local foi fechado.
"Estamos sendo enfáticos. Você não pode se dar ao luxo de permanecer em uma ilha com um furacão de categoria cinco se aproximando", disse Martin Senterfitt, diretor do centro de operações de emergência do condado de Monroe, na Flórida.
As Bahamas também estão organizando o que chamam de "maior evacuação em sua história", de acordo com o primeiro-ministro do país, Hubert Minnis. Foram planejados voo para levar moradores das ilhas localizadas no sudoeste para a capital, Nassau, considerada mais segura.
Preparativos
Em vários países e territórios ultramarinos (britânicos, franceses e holandeses) caribenhos houve corrida para estocar comida, água e suprimentos de emergência. Em muitos lugares, os supermercados ficaram vazios.
Muitos esperam enfrentar ondas, fortes ventos e chuvas torrenciais.
A britânica Alison Strand, que está na ilha de Anguilla, disse que sua família passou as últimas horas tentando proteger a própria casa na costa, que "será a primeira a ser atingida pela tempestade".
"Nossa casa fica a 5 metros acima do nível do mar e esperamos um aumento de 8 metros, então estamos apenas cruzando os dedos", disse ela. "Esperamos perder o nosso telhado de madeira".
Moradores tentam fazer de tudo para evitar danos maiores com a passagem do furacão Irma. Janelas foram reforçadas com tapumes de madeira, cocos foram retirados das árvores.
Carolyne Coleby, que vive no território britânico ultramarino de Montserrat onde cria cabras, disse à BBC: "Na noite passada, levei 20 cabras para a casa dos fundos do albergue que administro, que está em um terreno ligeiramente mais alto", disse ela.
"Espero que meu telhado não voe. Não posso ir ao abrigo porque não posso deixar meus animais".
O caminho previsto para o furacão
O Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla em inglês) informou que Irma se move a uma velocidade de 24 km/h.
Foram emitidos alertas para 17 ilhas, entre elas Antígua e Barbuda, Anguilla, Montserrat, São Cristóvão e Névis, Ilhas Virgens Britânicas, Guadalupe e Porto Rico. O Haiti também pode estar no caminho do furacão.
Não se sabe ainda se o furacão chegará aos Estados Unidos.
Regiões dos Estados do Texas e de Louisiana ainda estão lidando com os danos causados pelo furacão Harvey, no domingo passado. Desde 1851, os EUA não eram atingidos por dois furacões numa única temporada.
Uma terceira tempestade tropical, batizada de Jose, está se formando no Atlântico, acima do furacão Irma, e espera-se que vire um furacão no final da semana.