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Justiça entra em campanha presidencial colombiana

Autoridades investigarão suposto financiamento irregular da campanha do atual presidente, Juan Manuel Santos, líder das pesquisas de intenção de voto para as eleições do dia 25

11 mai 2014 - 22h06
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<p>Juan Manuel Santos, favorito para as elei&ccedil;&otilde;es presidenciais de 25 e maio est&aacute; no centro de investiga&ccedil;&otilde;es da&nbsp;Procuradoria Geral, que analisa se sua campanha foi realizada com financiamento irregular</p>
Juan Manuel Santos, favorito para as eleições presidenciais de 25 e maio está no centro de investigações da Procuradoria Geral, que analisa se sua campanha foi realizada com financiamento irregular
Foto: AP

A campanha eleitoral se transformou em assunto judicial na Colômbia, por causa das denúncias de financiamento ilegal, espionagem e sabotagem que afetam as candidaturas mais bem situadas nas pesquisas de intenção de voto, a apenas duas semanas do pleito.

A Procuradoria Geral anunciou neste domingo que abriu uma investigação "para averiguar a veracidade das denúncias feitas publicamente" pelo ex-presidente e senador eleito Álvaro Uribe, que na semana passada levantou a "hipótese" de financiamento irregular da campanha do presidente Juan Manuel Santos.

Como parte do processo, o promotor geral, Jorge Fernando Perdomo, intimou Uribe a comparecer amanhã no escritório "para que sob a gravidade do juramento repita a denúncia feita na quinta-feira, 8 de maio, e exiba os documentos ou evidências que tenha para sustentar as afirmações que fez publicamente".

Na quinta-feira Uribe (2002-2010) disse a jornalistas que a promotoria deveria investigar a "hipótese" de o publicitário venezuelano J.J. Rendón, ex-assessor de propaganda da campanha de Santos, ter recebido US$ 2 milhões para pagar dívidas da eleição de 2010.

Rendón, publicitário venezuelano que trabalhou na campanha de Santos e na atual para a reeleição, renunciou na segunda-feira ao cargo de estrategista depois de a imprensa publicar que em 2011 teve contatos com um traficante.

Rendón afirmou que jamais recebeu "um centavo de pessoas fora da lei", que sua mediação foi da "mais boa fé" e que não foi feita de maneira oculta, mas decidiu renunciar para não prejudicar a campanha de Santos.

Uribe, que lançou Santos, seu ex-ministro de Defesa, à presidência em 2010, e depois se distanciou dele até se transformar em seu mais severo crítico, principalmente por causa do processo de paz com as Farc, afirmou que recebeu informações de "pessoas próximas ao presidente" sobre um suposto excesso nas despesas das campanhas.

Segundo a versão de Uribe, para cobrir as dívidas de campanha Rendón teria entrado com US$ 2 milhões.

Este caso se soma a uma investigação penal realizada pela promotoria "pelos crimes de espionagem, acesso abusivo a sistemas de informação, uso de software malicioso e violação de dados pessoais" contra um hacker ligado à campanha do Centro Democrático, o movimento liderado por Uribe.

A investigação contra Andrés Sepúlveda, detido na terça-feira na sede da empresa de onde foram ilegalmente interceptados e-mails com o objetivo de "sabotar" o processo de paz do governo com as Farc.

O Centro Democrático reconheceu que a empresa em que Sepúlveda trabalhava prestou "serviços de divulgação em redes sociais e segurança informática" à campanha de seu candidato presidencial, Óscar Iván Zuluaga, novo afilhado político do ex-presidente Uribe.

O próprio Zuluaga reconheceu sábado que em uma vez que visitou a sede da empresa para cumprimentar os colaboradores de sua campanha se reuniu com Sepúlveda, mas negou saber de atividades ilícitas.

O presidente lidera as pesquisas de intenção de voto para as eleições do próximo dia 25, mas não obteria o percentual necessário (50% +1) para eliminar um segundo turno, previsto para 15 de junho.

EFE   
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