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Maduro diz que proposta de sanções dos EUA é 'detestável'

21 mai 2014 - 01h52
(atualizado às 02h18)
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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, classificou como "detestável" a proposta de lei para impor sanções contra funcionários de seu governo que avançou nesta terça-feira no Senado americano, assim como as recentes declarações da secretária de Estado Adjunta dos Estados Unidos, Roberta Jacobson.

"O que se pode dizer das ameaças de sanções do comitê de Relações Exteriores do Congresso dos Estados Unidos? Que é um evento detestável, porque ninguém deve se intrometer em nosso país", disse Maduro durante uma reunião com parte de seu gabinete. "Eu repudio, rejeito, detesto a ingerência destes setores da extrema-direita dos Estados Unidos nos assuntos internos de nossa pátria. E as declarações de Jacobson são ainda mais detestáveis", declarou o chefe de Estado.

O presidente se referiu assim às declarações de Roberta Jacobson, secretária de Estado Adjunta para a América Latina, que comentou hoje que o processo de diálogo entre o governo da Venezuela e a oposição tem que dar resultados e não pode se transformar em uma "simples reunião". "O que você tem a ver com o diálogo na Venezuela Sra. Jacobson? Se preocupe com os problemas dos EUA, que são muitos", enfatizou Maduro, que acrescentou ter certeza que o roteiro da oposição venezuelana é escrito pelos americanos.

"Há um império neste planeta que acredita ter o direito de governar a Venezuela, de se intrometer nos assuntos venezuelanos, já basta. Além de insolente, (Roberta) Jacobson é arrogante", afirmou o governante.

O processo de diálogo foi iniciado na Venezuela no dia 10 de abril entre o governo e a aliança de oposição Mesa de la Unidad Democrática (MUD, mesa da unidade democrática), para tentar amenizar a crise política no país, mas foi suspenso na semana passada pelos opositores que alegaram a falta de avanços nas conversas.

"Eu exijo que a MUD rejeite e repudie as declarações de Jacobson e rejeite e repudie as ameaças de sanções contra a Venezuela por parte do Comitê de Relações Exteriores do Senado dos Estados Unidos", disse Maduro.

O chefe de Estado reiterou que a ideia do diálogo foi sua e surgiu "como um favor à MUD" para tirá-los do caminho "da violência" e do "golpismo" e, por isso, convocou à União das Nações Sul-americanas (Unasul) para acompanhar o processo, assim como o Vaticano.

"Vou insistir nesse caminho (do diálogo), assim vou convidar a MUD uma e 1 mil vezes, porque não podem tomar um atalho", disse, ao insistir que a oposição quer tirá-lo do poder com um golpe de Estado. "As portas do diálogo eu abri, e estão abertas, mas nós não vamos deixar de trabalhar e dialogar porque a MUD não quer conversar. O diálogo segue com a MUD ou sem a MUD. Se eles querem falar de paz, que venham. Se querem a guerra, acabarão na prisão", insistiu Maduro.

Acrescentou que "se mais adiante" a MUD tiver "o sinal verde" da secretária Jacobson e dos EUA e quiser voltar ao diálogo, será "bem-vinda", mas "a revolução continua" com esse setor da oposição ou sem eles.

EFE   
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