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Maduro promete comissão para tratar de problemas econômicos

No Palácio Presidencial de Miraflores, Maduro recebeu representantes religiosos, empresários, intelectuais, jornalistas, deputados e governadores do partido governista. Os líderes dos partidos reunidos na oposição decidiram boicotar o encontro, que qualificaram de farsa

27 fev 2014 - 02h41
(atualizado às 03h07)
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<p>O presidente Nicolás Maduro se comprometeu com empresários venezuelanos a criar uma Comissão da Verdade da Economia</p>
O presidente Nicolás Maduro se comprometeu com empresários venezuelanos a criar uma Comissão da Verdade da Economia
Foto: EFE

O presidente Nicolás Maduro se comprometeu com empresários venezuelanos a criar uma Comissão da Verdade da Economia, durante a Conferência Nacional pela Paz na Venezuela. O encontro convocado por Maduro reuniu nessa quarta-feira, no Palácio de Miraflores, em Caracas, representantes do governo, empresários, líderes religiosos, personalidades do meio artístico e também alguns deputados e prefeitos de partidos de oposição e jornalistas. Os líderes oposicionistas e dos estudantes, no entanto, não compareceram.

A proposta da criação de uma comissão foi feita por Lorenzo Medonza, presidente da Polar, a principal empresa de bebidas e alimentos do país, que apontou o problema econômico como o mais grave enfrentado pela Venezuela. Maduro disse que aceitava a ideia do empresário e afirmou que desde que o problema da violência nas ruas fosse resolvido, se centraria na economia. “Estou preparado para isso e quero fazer”, afirmou.

O presidente venezuelano abriu a primeira reunião da Conferência falando de sua intensão de estabelecer uma agenda para a paz, que deveria se concentrar em três pontos. “O primeiro é o respeito à Constituição, o segundo, a não violência, e o terceiro, a defesa de nosso país diante uma intervenção estrangeira”, disse.

Maduro propôs uma grande Cúpula para a paz e que seja convocado um diálogo de valores, histórico e filosófico. “Não queremos que vocês se convertam ao socialismo bolivariano. Vocês também não querem nos converter ao capitalismo. Vamos tentar resolver pela via política as questões do país”, disse aos representantes empresariais e da oposição que estavam presentes. “Eu acho que existe apenas um pequeno grupo que pensa que a Venezuela pode ter um governo resultante de um golpe de Estado”, afirmou.

Economia

A economia foi um dos pontos mais tratados durante a reunião e a política econômica do governo foi fortemente criticada pelos empresários. “Nosso país não está bem. O senhor deve escutar vozes diferentes das que está acostumado a ouvir”, disse o presidente da Federação de Câmaras de Comércio e Produção da Venezuela, Jorge Roig. “Os indicadores econômicos são ruins, a inflação é uma das mais altas do planeta, faltam produtos e conseguir um emprego é praticamente impossível”, afirmou. “O senhor tem a responsabilidade de acalmar os ânimos”, acrescentou.

Já Miguel Angel Perez Abad, presidente da Federação das Indústrias, propôs a criação de uma Comissão para continuar um diálogo permanente e “recuperar a aliança entre governo e empresários”.

Segurança pública

Outra questão presente durante a Conferência foi a segurança pública. Maduro afirmou que na próxima semana será criado o fundo para o desarme da população, e assinada a regulamentação sobre o porte de armas e munições que se encontra parado no Parlamento. Segundo dados de 2013 da Anistia Internacional, poderiam existir entre 9 milhões e 15 milhões de armas ilegais circulando no país.

Maduro também confirmou a criação de uma Comissão da Verdade para investigar a violência nos protestos das últimas semanas. Mas o presidente foi bastante vago sobre esta questão e não tratou de temas espinhosos, como as acusações feitas pela oposição de que existiriam milícias armadas, financiadas pelo governo.

Estudantes

Maduro afirmou que a razão das manifestações dos estudantes não é a falta de financiamento para a educação. “É uma tentativa de tomar o caminho irracional  da violência para fazer política. Não se deve fazer politica com violência”, afirmou.

Muitos usuários de redes sociais manifestaram sua insatisfação com o resultado da reunião, que, segundo eles, não apontou os responsáveis pela violência nos últimos dias e não deu respostas concretas para os problemas que enfrenta o país.

A Conferência durou mais de cinco horas e 29 representantes políticos e da sociedade civil apresentaram suas demandas. Os principais líderes da oposição e estudantis se recusaram a participar.  O governador do Estado de Miranda e ex-candidato à Presidência, Henrique Capriles, disse nessa terça-feira que estava de acordo com a paz, mas que não queria participar do que considera uma “farsa”. Ramón Guillermo Aveledo, secretário executivo da Mesa da Unidade Democrática (MUD), coalizão de partidos da oposição, disse que a Conferência era uma “simulação de diálogo que se transformaria em piada”.

Fonte: Terra
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