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Maduro quer usar decretos para enfrentar "imperialismo" dos EUA

10 mar 2015 - 15h56
(atualizado às 15h56)
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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu ao Parlamento do país nesta terça-feira que lhe conceda o poder para emitir decretos especiais como forma de reagir às novas sanções dos Estados Unidos, despertando protestos da oposição.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, discursa em rede nacional de TV em Caracas na segunda-feira. 09/03/2015
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, discursa em rede nacional de TV em Caracas na segunda-feira. 09/03/2015
Foto: Palácio Miraflores / Reuters

Se a Assembleia Nacional, controlada pelo governo, agir como esperado e aprovar sua solicitação de uma "Lei Habilitante", seria a segunda vez que o sucessor de Hugo Chávez obtém tal ampliação de poderes desde que venceu a eleição de 2013.

"Pedirei uma Lei Habilitante anti-imperialista... para preservar a paz, a integridade e a soberania da nação", disse Maduro em discurso no fim da noite de segunda-feira.

Líderes oposicionistas criticaram duramente Maduro, dizendo que ele usa a pior crise do país com Washington durante seu mandato para justificar uma governança autocrática, escantear o Parlamento e tirar a atenção da grave crise econômica da Venezuela.

"Nicolás, você está requerendo a Lei Habilitante para fazer sabão, fraldas e remédios aparecerem, para diminuir a inflação?", ironizou o governador opositor Henrique Capriles. "É mais uma cortina de fumaça."

Confirmando a Venezuela como adversária número um de Washington na América Latina após a reaproximação com Cuba, os EUA pararam de tratar Maduro com luvas de pelica, classificando seu governo como uma ameaça à segurança nacional e sancionando sete autoridades.

Usando uma terminologia também aplicada em medidas contra países como Irã e Síria, o governo do presidente norte-americano, Barack Obama, declarou uma "emergência nacional" devido "à ameaça incomum e extraordinária" da Venezuela.

(Reportagem adicional de Corina Pons, em Caracas; de Daniel Trotta, em Havana; e de Marianna Párraga, em Houston)

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