Malvinas: Argentina protesta por exercício militar britânico
Buenos Aires mantém um conflito territorial com Londres desde 1833, quando tropas britânicas se apoderaram do arquipélago e expulsaram a população argentina local
O governo argentino considerou, nesta quinta-feira, "uma nova provocação" do Reino Unido a realização de exercícios militares com disparos de projéteis nas disputadas Ilhas Malvinas - de acordo com nota divulgada pela Chancelaria.
"A Argentina teve conhecimento de que a fragata 'HMS Iron Duke' participou de um exercício militar na Baía de San Carlos, nas Malvinas, que incluiu o disparo de 136 projéteis, constituindo uma nova provocação do governo do Reino Unido", denunciou o Ministério argentino das Relações Exteriores.
Buenos Aires mantém um conflito territorial com Londres desde 1833, quando tropas britânicas se apoderaram do arquipélago e expulsaram a população argentina local para instalar uma colônia.
Segundo a Argentina, as manobras foram "uma demonstração intencional do poder de fogo do navio britânico", com a participação de "uma companhia de Infantaria britânica que faz parte da mobilização militar permanente de ocupação ilegal nas Ilhas".
"A Argentina rejeita nos termos mais contundentes essas manobras navais e militares", realizadas 350 km ao leste do território continental, completou o Ministério em uma nota à imprensa.
Em sua declaração, Buenos Aires reafirmou que os exercícios representam um "afastamento deliberado das convocações de inúmeras resoluções das Nações Unidas e de outros organismos internacionais".
O comunicado lembrou ainda que esses organismos "pedem tanto à Argentina quanto ao Reino Unido que retomem as negociações pela disputa de soberania".
A Chancelaria disse ter apresentado nesta quinta-feira uma nota de protesto à embaixada britânica.
Em 1982, a ditadura argentina do general Leopoldo Galtieri ocupou as Malvinas com suas tropas, deflagrando uma guerra que terminou com a rendição do país sul-americano, após 74 dias de combates, e com 649 argentinos e 255 britânicos mortos.