Manifestantes vão às ruas de Caracas contra sanções dos EUA
A Câmara dos Deputados dos EUA aprovou na semana passada uma lei para impor sanções a vários oficiais do governo de Nicolás Maduro
Dezenas de milhares de partidários do governo venezuelano caminharam nesta segunda-feira por várias ruas de Caracas para rejeitar as sanções que os Estados Unidos pretendem impor contra autoridades acusadas de violações dos direitos humanos.
A Câmara dos Deputados dos EUA aprovou na semana passada uma lei para impor sanções a vários oficiais do governo de Nicolás Maduro por supostas violações dos direitos de manifestantes durante os três meses de protestos no início deste ano na Venezuela.
A norma, que deve ser sancionada pelo presidente norte-americano, Barack Obama, considera negar vistos e congelar bens de funcionários envolvidos nas supostas violações durante os protestos contra a inflação elevada, a escassez de produtos e a criminalidade que deixaram 43 mortos.
Membros do governo socialista de Maduro rejeitaram as acusações.
"Que peguem os vistos e coloquem onde se devem colocar o visto dos Estados Unidos. Insolentes ianques do norte", disse Maduro, de um pódio, à maré de seguidores.
"Ninguém pune o povo de Bolívar nesta terra", acrescentou ele, vestido com um casaco amarelo, azul e vermelho, cores da bandeira nacional da Venezuela.
A marcha partiu de quatro pontos do oeste de Caracas e culminou no centro da cidade, onde também se comemorava o 15º aniversário da Constituição elaborada pelo falecido presidente Hugo Chávez.
Desde que Chávez assumiu o poder, em 1999, as relações entre Venezuela e Estados Unidos pioraram. No impasse mais recente, no fim de fevereiro, Maduro expulsou três funcionários da embaixada dos EUA acusando-os de financiar a onda de protestos.
Dias depois, os EUA fizeram o mesmo com três diplomatas venezuelanos em seu país.
Desde 2008, quando Chávez expulsou o embaixador dos EUA, ambos os países não têm chefes diplomáticos e as suas relações estão no menor nível.
A guerra retórica entre os dois países levou a Venezuela a ameaçar cortar o fornecimento de petróleo aos EUA, seu principal mercado exportador, mas nunca cumpriu sua ameaça.
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