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México confirma dados do DNA de estudante sumido em Iguala

Alexander Mora Venancio e outros 42 colegas de uma escola rural de magistério desapareceram na noite de 26 de setembro em Guerrero

7 dez 2014 - 17h11
(atualizado às 20h05)
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Jesús Murillo Karam confirmou que outros exames serão realizados por médicos legistas
Jesús Murillo Karam confirmou que outros exames serão realizados por médicos legistas
Foto: OMAR TORRES / AFP

O procurador-geral do México, Jesús Murillo Karam, confirmou neste domingo que o DNA da ossada analisada pela Universidade de Innsbruck, da Áustria, corresponde a Alexander Mora Venancio, um dos 43 jovens desaparecidos em setembro no estado de Guerrero.

"De acordo com o resultado divulgado pela Universidade de Innsbruck, a ossada estudada corresponde a Alexander Mora Venancio, estudante de 21 anos, que pertence ao grupo de desaparecidos nos incidentes de 26 de setembro em Iguala, no estado de Guerrero", disse em entrevista coletiva.

O representante da família, Felipe de la Cruz, informou na noite de sábado, em um comício na capital mexicana, que os médicos legistas argentinos confirmaram a identidade de Alexander Mora Venancio, e garantiu que continuarão a luta para encontrar os outros desaparecidos.

Outros exames serão realizados em breve, segundo procurador

Restos mortais identificados podem ser de Alexander Venancio
Restos mortais identificados podem ser de Alexander Venancio
Foto: Twitter
Os médicos legistas farão novos exames para identificar outros jovens, informou neste domingo o procurador-geral da República, Jesús Murillo Karam.

Os restos examinados foram encontrados em uma região do estado de Guerrero (sul), onde pistoleiros disseram ter assassinado e depois incinerado os corpos dos estudantes.

Em novembro, 17 amostras de restos ósseos quase totalmente carbonizados foram enviadas a um respeitado laboratório da Universidade de Innsbruck, na Áustria, que transmitiu à procuradoria os primeiros resultados na quinta-feira.

"A amostra foi submetida, junto com outras 16, a procedimentos de extração de DNA nuclear, ou seja, do núcleo da célula, usando uma técnica altamente sensível", explicou Murillo Karam em coletiva de imprensa.

"Esta amostra só deu um resultado positivo. Os estudos na universidade continuam para tentar obter amostras que possam dar resultados (...) com outras técnicas de investigação forense", afirmou.

Murillo Karam ressaltou que a identificação já realizada até agora "reforça a reconstrução histórica" feita pela promotoria sobre este crime bárbaro, segundo a qual os jovens foram massacrados por pistoleiros do narcotráfico.

Alexander e outros 42 colegas de uma escola rural de magistério desapareceram na noite de 26 de setembro em Iguala (Guerrero), após terem sido atacados a tiros por policiais locais.

Segundo declarações de presos e outras provas, a procuradoria acredita que os policiais entregaram os 43 jovens a pistoleiros do cartel Guerreros Unidos, para o qual supostamente trabalhava o prefeito de Iguala.

<p>Foto revela sombra de manifestantes mexicanos neste s&aacute;bado, 6 de dezembro, contra desaparecimento dos 43 estudantes</p>
Foto revela sombra de manifestantes mexicanos neste sábado, 6 de dezembro, contra desaparecimento dos 43 estudantes
Foto: Tomas Bravo / Reuters

Os pistoleiros teriam assassinado os jovens e incinerado seus corpos em um lixão afastado da cidade de Cocula, vizinha a Iguala. Os restos carbonizados, e depois triturados, foram colocados em oito sacolas e atirados em um rio, acrescentou a procuradoria, que conseguiu recuperar um dos sacos fechados.

Até agora, as famílias das vítimas se negavam a acreditar nesta versão e exigiam que o governo redobrasse os esforços de buscas dos jovens.

Murillo Karam afirmou que 80 pessoas já foram presas por vínculos com este crime, inclusive o prefeito de Iguala e a esposa deste, e ainda são procurados outros 11 suspeitos de participação direta no assassinato e na incineração dos corpos.

"Vamos continuar com esta investigação até prender todos os culpados (...) Não podemos nos permitir outro luto como este", enfatizou o procurador.

O crime de Iguala gerou uma indignação nacional sem precedentes recentes, mergulhando Enrique Peña Nieto na pior crise de seus primeiros dois anos na Presidência.

Com informações da AFP e EFE.

Fonte: Terra
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