México deve investigar milhares de desaparecimentos, diz ONU
A delegação mexicana declarou ao Comitê das Nações Unidas para Desaparecidos Forçados desconhecer o paradeiro de 11.300 pessoas. A Anistia Internacional disse que mais de 22.600 pessoas sumiram nos últimos oito anos
Um comitê da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu ao México nesta sexta-feira (13) que investigue e processe supostos casos de cumplicidade das forças do Estado em “desaparecimentos”, entre eles o de 43 estudantes que se acredita terem sido assassinados no ano passado.
Na semana passada, a delegação mexicana declarou ao Comitê das Nações Unidas para Desaparecimentos Forçados desconhecer o paradeiro de 11.300 pessoas. A Anistia Internacional disse em um comunicado que mais de 22.600 pessoas sumiram nos últimos oito anos em meio a “um grande problema de impunidade”.
Os dez especialistas independentes do comitê afirmaram terem recebido informações que “ilustram um contexto de desaparecimentos generalizados em uma grande parte do território (do México), muitos dos quais poderiam ser classificados como desaparecimentos forçados”.
Os desaparecimentos forçados são aqueles ligados à detenção ou sequestro por agentes do Estado, como policiais e forças de segurança, ou seus aliados, que ocultam o destino das vítimas.
O procurador-geral do México, Jesús Murillo, afirmou não haver dúvida de que os 43 estudantes foram mortos em setembro do ano passado e que seus restos mortais foram incinerados e atirados em um rio na cidade de Cocula.
Autoridades dizem que eles foram raptados por policiais corruptos, que os entregaram a um cartel de drogas local. O ex-prefeito da cidade de Iguala, no sudoeste mexicano, foi preso.
Os pais dos alunos se reuniram com o comitê da ONU para apelar por ajuda na busca de justiça, dizendo não terem fé na capacidade do governo para investigar o crime.
“O caso grave dos 43 estudantes sujeitos ao desaparecimento forçado em setembro de 2014 no Estado de Guerrero ilustra os desafios sérios que o México enfrenta em termos de prevenção, investigação e punição pelos desaparecimentos forçados e da busca pelos desaparecidos”, declarou a entidade da ONU.
Os especialistas expressaram preocupação com a “impunidade em relação aos numerosos casos de desaparecimentos forçados”.
O comitê estimulou o México a criar um escritório especial na promotoria para conduzir inquéritos e processos especializados, e disse que as autoridades deveriam intensificar as buscas de todos os desaparecidos, incluindo migrantes que sumiram a caminho dos Estados Unidos, e compartilhar amostras de DNA de corpos não identificados.
Estudantes da Escola Raúl Isidro Burgos são tidos como desaparecidos.
Foto: Ceteg Acapulco / Facebook
Abel García Hernandez, morador da região de Tecuanapa, em Guerrero.
Foto: proyectoambulante.org
Abelardo Vázquez Peniten, morador de Atliaca, Guerrero.
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Adán Abrajan de la Cruz, vive no bairro de El Fortín, em Tixtla, Guerrero.
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Alexander Mora Venancio, vive na comunidade de El Pericón, em Tecuanapa, Guerrero.
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Antonio Santana Maestro, não há informações a respeito de sua residência.
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Benjamín Ascencio Bautista, não há informações a respeito de sua residência.
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Bernardo Flores Alcaraz, não há informações a respeito de sua residência.
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Carlos Iván Ramírez Villareal, não há informações a respeito de sua residência.
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Carlos Lorenzo Hernández Muñoz, morador da Costa, de Guerrero.
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César Manuel González Hernández, morador de Huamantla, no estado de Tlaxcala.
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Christian Alfonso Rodríguez Telumbre, morador de Tixtla, Guerrero.
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Christian Tomás Colón Garnica, morador de Tlacolula de Matamoros, em Oaxaca.
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Cutberto Ortiz Ramos, não há informações a respeito de sua residência.
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Doriam González Parral, morador de Xalpatláhuac, em Guerrero, tem um irmão na mesma escola e estavam juntos quando desapareceram
Foto: proyectoambulante.org
Emiliano Alen Gaspar de la Cruz é um dos 20 alunos do primeiro ano do colégio, não há informações a respeito de sua residência.
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Everardo Rodriguez Bello é morador de Omeapa, em Guerrero.
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Felipe Arnulfo Rosa morava na região do Rancho Papa, no município de Ayutla de los Libres, em Guerrero.
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Giovanni Galindes Guerrero tem 20 anos e não há informações a respeito de sua residência.
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Israel Caballero Sánchez é morador da comunidade indígena de Atliaca, que se localiza na metade do caminho entre Tixtla e Apango, municípios de Guerrero.
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Israel Jacinto Lugardo é morador de Atoyac de Álvarez, em Guerrero.
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Jesús Jovany Rodríguez Tlatempa estudava no primeiro ano do colégio e é morador de Tixtla, em Guerrero.
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Jhosivani Guerrero de la Cruz, morador de Omeapa, comunidade localizada a 15 minutos da sede do município de Tixtla, em Guerrero.
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Jonás Trujillo González é morador da Costa Grande, na região de Ticuí, município de Atoyac de Álvarez, em Guerrero.
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Jorge Álvarez Nava é morador do município Juan R. Escudero, em Guerrero.
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Jorge Aníbal Cruz Mendoza é morador de Xalpatláhuac, em Guerrero.
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Jorge Antonio Tizapa Legideño é morador de Tixtla, em Guerrero.
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Jorge Luis González Parral é o irmão mais velho de Doriam e também morava em Xalpatláhuac, em Guerrero.
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José Ángel Campos Cantor tem 33 anos e é, entre todos os desaparecidos, o mais velho. Ele é morador de Tixtla, em Guerrero.
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José Ángel Navarrete González, não há informações a respeito de sua residência.
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José Eduardo Bartolo Tlatempa é morador de Tixtla, em Guerrero.
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José Luis Luna Torres chegou à escola de Ayotzinapa, de Guerrero, diretamente da região de Amilzingo, em Morelos.
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Julio César López Palotzin é morador de Tixtla, em Guerrero.
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Leonel Castro Abarca, nasceu na comunidade de El Magueyito, em Tecuanapa, em Guerrero.
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Luis Ángel Abarca Carrillo é da região da Costa Chica, localizada em San Antonio, no município de Cuautepec, em Guerrero.
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Luis Ángel Francisco Arzola, não há informações a respeito de sua residência.
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Magdaleno Rubén Lauro Villegas chegou à escola de Ayotzinapa depois de deixar a região de La Montaña.
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Marcial Pablo Baranda é primo de Jorge Luis e Doriam González Parral. Ele fala a língua indígena e nasceu em Xalpatláhuac, em Guerrero.
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Marco Antonio Gómez Molina é morador de Tixtla, em Guerrero.
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Martín Getsemany Sánchez García é o quinto de oito irmãos, morador do município de Zumpango, em Guerrero.
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Mauricio Ortega Valerio faz parte de um povo que se denomina 'Matlalapa o Matlinalapa', localizado na região de La Montaña. Ele se preparava para ser professor bilíngue.
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Miguel Ángel Hernández Martínez tem 27 anos e não há informações a respeito de sua residência.
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Miguel Ángel Mendoza Zacarías faz parte de um povo que se autodenomina Apango. Vive no município de Mártir de Cuilapa, em Guerrero.
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Saúl Bruno García é morador de Tecuanapa, em Guerrero.
Foto: <p>Saúl Bruno García é morador de Tecuanapa, em Guerrero.</p>
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Corpos são encontrados em crematório abandonado em Acapulco:
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