Peritos forenses argentinos manifestaram sérias dúvidas sobre uma investigação do governo mexicano sobre o sequestro e a suspeita de matança de 43 estudantes de um curso de formação de professores no ano passado, declarados mortos pelas autoridades.
O desaparecimento dos estudantes na noite de 26 de setembro, na cidade de Iguala, sudoeste do país, provocou protestos no México. As autoridades dizem que eles foram sequestrados por policiais corruptos que os entregaram a uma quadrilha de traficantes de drogas da região.
Em um documento publicado no site do grupo mexicano de direitos humanos Tlachinollan, a Equipe Argentina de Antropologia Forense (EAAF), que vem trabalhando para identificar os restos mortais, detalhou suas primeiras conclusões e os inúmeros problemas no modo como o governo conduziu o caso.
No mês passado, o procurador-geral Jesús Murillo disse não haver dúvida de que os estudantes foram assassinados e seus restos incinerados e jogados em um rio na cidade de Cocula, vizinha de Iguala.
Até agora, os restos de apenas um aluno do grupo foram identificados.
A EAAF, no entanto, disse no documento que não pôde confirmar a cadeia de manejo dos restos mortais desse aluno e criticou o governo por não ter isolado com segurança o lixão perto do rio onde os restos carbonizados foram encontrados.
O documento também aponta falhas da Procuradoria-Geral por erros nas análises genéticas das amostras de familiares, necessárias para identificar os restos mortais.
O texto observa que os restos humanos encontrados no lixão incluem dentes presos a uma prótese dental. No entanto, entrevistas da equipe com membros da família de todos os 43 alunos indicaram que nenhum deles tinha implantes dentários.
A EAAF diz que a descoberta sugere fortemente que restos mortais pertencentes a outras vítimas estão no mesmo local.
"Neste momento, a EAAF não tem evidência científica que estabeleça que os restos humanos no aterro de Cocula correspondam aos dos estudantes", disse o documento.
Telefonemas e emails para a EAAF em busca de comentários não foram retornados imediatamente.
"A investigação (sobre os alunos desaparecidos) não pode ser encerrada já que uma grande quantidade de provas ainda não foi processada", concluiu o documento, observando que cerca de 80 por cento da terra no lixão ainda terá de ser analisada, o que levará meses.
Um porta-voz do escritório do procurador-geral disse no domingo que não tinha comentários a fazer sobre as conclusões da EAAF.
Estudantes da Escola Raúl Isidro Burgos são tidos como desaparecidos.
Foto: Ceteg Acapulco / Facebook
Abel García Hernandez, morador da região de Tecuanapa, em Guerrero.
Foto: proyectoambulante.org
Abelardo Vázquez Peniten, morador de Atliaca, Guerrero.
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Adán Abrajan de la Cruz, vive no bairro de El Fortín, em Tixtla, Guerrero.
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Alexander Mora Venancio, vive na comunidade de El Pericón, em Tecuanapa, Guerrero.
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Antonio Santana Maestro, não há informações a respeito de sua residência.
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Benjamín Ascencio Bautista, não há informações a respeito de sua residência.
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Bernardo Flores Alcaraz, não há informações a respeito de sua residência.
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Carlos Iván Ramírez Villareal, não há informações a respeito de sua residência.
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Carlos Lorenzo Hernández Muñoz, morador da Costa, de Guerrero.
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César Manuel González Hernández, morador de Huamantla, no estado de Tlaxcala.
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Christian Alfonso Rodríguez Telumbre, morador de Tixtla, Guerrero.
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Christian Tomás Colón Garnica, morador de Tlacolula de Matamoros, em Oaxaca.
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Cutberto Ortiz Ramos, não há informações a respeito de sua residência.
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Doriam González Parral, morador de Xalpatláhuac, em Guerrero, tem um irmão na mesma escola e estavam juntos quando desapareceram
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Emiliano Alen Gaspar de la Cruz é um dos 20 alunos do primeiro ano do colégio, não há informações a respeito de sua residência.
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Everardo Rodriguez Bello é morador de Omeapa, em Guerrero.
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Felipe Arnulfo Rosa morava na região do Rancho Papa, no município de Ayutla de los Libres, em Guerrero.
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Giovanni Galindes Guerrero tem 20 anos e não há informações a respeito de sua residência.
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Israel Caballero Sánchez é morador da comunidade indígena de Atliaca, que se localiza na metade do caminho entre Tixtla e Apango, municípios de Guerrero.
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Israel Jacinto Lugardo é morador de Atoyac de Álvarez, em Guerrero.
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Jesús Jovany Rodríguez Tlatempa estudava no primeiro ano do colégio e é morador de Tixtla, em Guerrero.
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Jhosivani Guerrero de la Cruz, morador de Omeapa, comunidade localizada a 15 minutos da sede do município de Tixtla, em Guerrero.
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Jonás Trujillo González é morador da Costa Grande, na região de Ticuí, município de Atoyac de Álvarez, em Guerrero.
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Jorge Álvarez Nava é morador do município Juan R. Escudero, em Guerrero.
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Jorge Aníbal Cruz Mendoza é morador de Xalpatláhuac, em Guerrero.
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Jorge Antonio Tizapa Legideño é morador de Tixtla, em Guerrero.
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Jorge Luis González Parral é o irmão mais velho de Doriam e também morava em Xalpatláhuac, em Guerrero.
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José Ángel Campos Cantor tem 33 anos e é, entre todos os desaparecidos, o mais velho. Ele é morador de Tixtla, em Guerrero.
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José Ángel Navarrete González, não há informações a respeito de sua residência.
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José Eduardo Bartolo Tlatempa é morador de Tixtla, em Guerrero.
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José Luis Luna Torres chegou à escola de Ayotzinapa, de Guerrero, diretamente da região de Amilzingo, em Morelos.
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Julio César López Palotzin é morador de Tixtla, em Guerrero.
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Leonel Castro Abarca, nasceu na comunidade de El Magueyito, em Tecuanapa, em Guerrero.
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Luis Ángel Abarca Carrillo é da região da Costa Chica, localizada em San Antonio, no município de Cuautepec, em Guerrero.
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Luis Ángel Francisco Arzola, não há informações a respeito de sua residência.
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Magdaleno Rubén Lauro Villegas chegou à escola de Ayotzinapa depois de deixar a região de La Montaña.
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Marcial Pablo Baranda é primo de Jorge Luis e Doriam González Parral. Ele fala a língua indígena e nasceu em Xalpatláhuac, em Guerrero.
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Marco Antonio Gómez Molina é morador de Tixtla, em Guerrero.
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Martín Getsemany Sánchez García é o quinto de oito irmãos, morador do município de Zumpango, em Guerrero.
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Mauricio Ortega Valerio faz parte de um povo que se denomina 'Matlalapa o Matlinalapa', localizado na região de La Montaña. Ele se preparava para ser professor bilíngue.
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Miguel Ángel Hernández Martínez tem 27 anos e não há informações a respeito de sua residência.
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Miguel Ángel Mendoza Zacarías faz parte de um povo que se autodenomina Apango. Vive no município de Mártir de Cuilapa, em Guerrero.
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Saúl Bruno García é morador de Tecuanapa, em Guerrero.
Foto: <p>Saúl Bruno García é morador de Tecuanapa, em Guerrero.</p>
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