Militar que tentou golpe na Bolívia poderá cumprir até 20 anos de prisão
Governo boliviano acredita que Juan José Zúñiga foi o mentor do levante; ex-comandante foi preso na quarta (26)
Após tentar dar um golpe de estado na Bolívia, o ex-comandante Juan José Zúñiga pode ser condenado a cumprir até 20 anos de prisão. Se depender do ministro da Justiça da Bolívia, Iván Lima, é o que acontecerá. O político afirmou que vai buscar a pena máxima para Zúñiga, que foi detido nesta quarta-feira, 26.
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O ex-comandante responderá pelos crimes de levante armado contra a segurança e soberania do Estado, sedição de tropas e ataque ao presidente e outros funcionários do governo. Todas as infrações estão previstas nos artigos 121º, 127º e 128º do Código Penal boliviano.
Nas redes sociais, o ministro da Justiça escreveu: "Vamos buscar a condenação de Juan José Zúñiga à pena máxima de prisão para esses crimes, que é de 15 a 20 anos de prisão. A Procuradoria-Geral da República e a Procuradoria-Geral da República iniciaram o processo criminal e seguirão até que este soldado seja condenado".
Quem também se manifestou sobre a tentativa fracassada de golpe foi o ministro da Defesa do País, Edmundo Novillo. Segundo ele, o motim foi organizado de forma rápida, após o general ter recebido uma ligação de oficiais de sua confiança sobre a movimentação de um grupo de uma unidade militar em Challapata. Isso teria acontecido na quarta, por volta das 10 horas do horário Brasília. As informações são do jornal La Razón.
Depois da investida frustrada, Zúñiga foi apontado como o nome principal do levante. Novillo, então, pediu para que fosse instaurada uma "investigação severa" sobre os participantes da tentativa de golpe.
Durante a semana, o ex-comandante já tinha elevado o tom ao falar do atual governo, chefiado pelo presidente Luís Arce. Em entrevista para a televisão local na segunda-feira, 24, Zúñiga afirmou que não deixaria "que a Constituição fosse pisoteada, que desobedecesse ao mandato do povo".
Em resposta, o ex-presidente Evo Morales publicou uma crítica no X (antigo Twitter). "O tipo de ameaças feitas pelo comandante-geral do Exército, Juan José Zúñiga, nunca ocorreu em uma democracia. Se não forem desmentidas [pelo governo], ficará provado que o que estão realmente a organizar é um autogolpe", alertou na terça-feira, 25.