O presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, funcionários e militares participaram nesta terça-feira de um ato religioso para homenagear o governante Hugo Chávez, que morreu há uma semana em Caracas vítima de um câncer. Um toque de trombetas foi ouvido às 16h25 (17h55 de Brasília) na Academia Militar, a mesma hora em que no dia 5 Chávez morreu.
Venezuela mostra local onde corpo de Chávez ficará exposto:
"Esse revolucionário a frente de seu tempo, comandante Hugo Chávez, foi incompreendido por alguns, vilipendiado por outros, os perversos. Tentaram profanar sua honra, o de seu espírito eterno", disse o presidente interino ao concluir a cerimônia conduzida pelo padre Numa Molina.
Maduro acrescentou que Chávez "chamou" o libertador Simón Bolívar e "o fez descer" das estátuas para transformá-lo em um "homem das ruas". Ele aproveitou para parabenizar a filha de Chávez, María Gabriela, por seu aniversário e disse que seu pai está a seu lado e que "a luta continua".
Foi no Exército que, ainda jovem, Hugo Chávez Frias começou a cultivar o conceito do bolivarianismo, quando formou um grupo secreto, denominado Movimiento Bolivariano Revolucionario 200 (MBR). Quando foi eleito presidente do país pela primeira vez, ele propôs e conseguiu implementar uma nova constituição, na qual mudava o nome do país para República Bolivariana da Venezuela. Nesta foto, de 2001, o líder venezuelano posa em frente a um busto de Simón Bolívar em Bruxelas, na Bélgica
Foto: AFP
Hugo Chávez segura espada do líder bolivariano Simón Bolívar durante cerimônia para marcar seu 219º aniversário, realizada em Caracas em 2002. Bolivar (1783-1830) é considerado um dos maiores generais da América do Sul
Foto: AFP
Chávez (dir.) toma parte na inauguração de um busto de Simón Bolívar em Moscou na Rússia, antes de se reunir com Vladimir Putin, em 2006. Conhecido como "El Liberator", Bolívar obteve vitórias militares que levaram à independência de diversos países sul-americanos
Foto: AFP
O presidente venezuelano tranca o caixão de Simón Bolívar, considerado herói da independência de vários países sul-americanos, durante cerimônia comemorativo a seu 227º aniversário, em Caracas, celebrado em 2010
Foto: AFP
Mausoléu que vai abrigar os restos mortais do herói nacional venezuelano Simón Bolívar aparece nesta imagem de 2012: um tributo de Hugo Chávez ao seu ídolo, "O Libertador"
Foto: AFP
Chávez revela imagem digital do rosto de Simón Bolívar, reconhecido como herói da independência venezuelana, em 2012. A imagem foi apresentada no palácio presidencial de Miraflores no dia do nascimento de Simón Bolivar, morto em 1830
Foto: AFP
A divulgação do rosto de Simón Bolívar foi comemorada por Chávez, que considera seu projeto político como fruto direto do processo independentista de Bolívar. O presidente da Venezuela dizia que liderou uma 'revolução bolivariana' que o herói latino-americano deixou incompleta
Foto: AFP
O presidente da Venezuela aplaude busto de seu herói durante inauguração realizada em 2004 em Pequim, na China. As vitórias de Simón Bolívar sobre os espanhóis levaram à independência da Bolívia, Panamá, Colômbia, Ecuador, Peru e Venezuela
Foto: AFP
Chávez entrega uma espada cerimonial ao presidente boliviano Evo Morales em 2006, frente a um quadro que retrata Simón Bolívar
Foto: AFP
No Brasil, Hugo Chávez aponta para um busto gigante do herói venezuelano, conhecido na América Latina como "o Libertador", durante visita ao País em 1999. O busto está localizado no Memorial da América Latina, em São Paulo
Foto: AFP
Compartilhar
Publicidade
O chanceler venezuelano, Elías Jaua, disse durante o ato que oito dias depois da morte do líder, o povo continua fazendo fila para vê-lo no velório. "Passaram-se oito dias. O presidente Chávez foi banhado pelo amor de um povo. Centenas de milhares, homens e mulheres humildes, crianças e idosos, o viram, o abençoaram o choraram", disse Jaua. Lembrou que dezenas de chefes de Estado de todo o mundo prestaram homenagens ao presidente morto de quem disse é "um homem que fez e continuará fazendo história".
Chávez morreu aos 58 anos no Hospital Militar de Caracas vítima de um câncer e desde lá foi trasladado, um dia depois, e em meio a uma multidão até a Academia Militar. Maduro anunciou no dia 7 de março que o corpo de Chávez será embalsamado "eternamente" para que seus seguidores possam vê-lo, uma última morada semelhante à de referências do socialismo mundial como Mao, Lênin e Ho Chi Minh.
Na próxima sexta-feira, o corpo do presidente morto será levado ao Quartel da Montanha, o local onde Chávez se refugiou quando dirigiu como militar o golpe de Estado de 1992.
Milhões de venezuelanos foram às ruas de Caracas na quarta-feira durante o cortejo fúnebre do presidente Hugo Chávez. Outras milhares de pessoas acompanham - aguardando em filas longuíssimas - o seu velório, que deve se estender até o final da próxima semana. Ao longo da história, poucos foram os líderes políticos mundiais que conseguiram atrair grandes multidões para se despedirem deles, veja a seguir alguns deles
Foto: AFP
Estima-se que cerca de três milhões de pessoas acompanharam o funeral do aiatolá Khomeini, em Teerã, em 1989. O religioso liderou o Irã após a revolução de 1979
Foto: AFP
Acredita-se que entre 2 e 4 milhões de pessoas acompanharam o funeral do papa João Paulo II no Vaticano e em Roma no dia 8 de abril de 2005
Foto: AFP
Apesar de não ser possível estimar quantas pessoas compareceram ao funeral do líder norte-coreano Kim Jong-il em 28 de dezembro de 2011, em Pyongyang, imagens de veículos oficiais do país mostravam centenas de milhares de pessoas, talvez milhões, acompanhado os serviços fúnebres
Foto: AFP
Estima-se que cerca de 1,5 milhão de pessoas acompanharam o cortejo fúnebre do ex-primeiro-ministro turco Necmettin Erbakan em Istambul no dia 1º de março de 2011. Erbakan, o primeiro islamita a ser premiê turco, ocupou o cargo por apenas um ano, entre 1996 e 1997, quando pressionado por militares a deixar o cargo e posteriormente foi proibido de disputar cargos políticos. No entanto, apesar da brevidade de seu regime, ele é considerado o mentor de lideranças com raízes islâmicas no país
Foto: AFP
Uma das maiores concentrações de pessoas em um funeral na história aconteceu durante as cerimônia fúnebres para o presidente egípcio Gamel Abdel Nasser, no Cairo, em 28 de setembro de 1970. Acredita-se que cerca de 5 milhões de pessoas se mobilizaram para se despedir do líder, o mais carismático da história moderna do Egito
Foto: AFP
Considerada a "mãe dos pobres" argentinos, Eva Perón atraiu multidões para o seu funeral em Buenos Aires em agosto de 1952. O corpo de Evita, como era conhecida a segunda mulher do presidente Juan Perón, foi embalsamado e passou três exposto à visitação pública
Foto: AFP
Um mar de indianos acompanhou o funeral do líder do partido nacionalista hindu Shiv Sena, Bal Thackeray, em 18 de novembro de 2012, em Mumbai. Apesar de polêmico e ter sido acusado de promover violência étnica e religioso, Bal Thackeray era extremamente popular. Seu funeral atraiu cerca de 2 milhões de pessoas
Foto: AFP
A maior aglomeração para um funeral de um presidente americano recente aconteceu para a despedida de John F. Kennedy, em novembro de 1963. Estima-se que pelo menos 300 mil pessoas acompanharam o cortejo fúnebre e 250 mil entraram em fila para o ver o corpo. Em comum a Chavez, acredita-se que pessoas chegaram a esperar mais de 10h para se despedir de Kennedy, que foi morto quando ocupava a Casa Branca
Foto: AFP
Uma das maiores reuniões da história do Reino Unido ocorreu em razão do funeral do primeiro-ministro Winston Churchill em Londres, em 30 de janeiro de 1965. Churchill foi o líder do país durante a Segunda Guerra Mundial e depois nos anos 50
Foto: Getty Images
Acredita-se que cerca de 1 milhão de pessoas acompanharam o funeral do líder chinês Mao Tsé-Tung na Praça da Paz Celestial, em Pequim, em setembro de 1976
Foto: AP
Multidão de pessoas se reúne nos arredores da Catedral de Notre Dame, em Paris, para o velório do presidente francês Charles de Gaulle, em 12 de novembro de 1970. Centenas de milhares de pessoas acompanharam os serviços fúnebres do líder que comandou a França durante e após a Segunda Guerra Mundial. A maior mobilização do tipo para um líder político da história do país
Foto: AP
Centenas de milhares de argentinos se reuniram em frente à Casa Rosada, palácio presidencial em Buenos, para se despedir de Nestor Kirchner em 28 de outubro de 2010. O corpo foi exposto para visitação por mais de 24 horas