O escritor peruano Mario Vargas Llosa afirmou que a "revolução bolivariana" liderada pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, desaparecerá derrotada pela realidade do país, com altos índices de criminalidade e corrupção. Em coluna publicada neste domingo no jornal La República, Llosa diz que "esse híbrido ideológico que Hugo Chávez maquinou, chamado revolução bolivariana ou socialismo do século XXI, já começou a descompor-se".
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"E desaparecerá mais cedo que tarde, derrotado pela realidade concreta, a de uma Venezuela, o país potencialmente mais rico do mundo, a qual as políticas do caudilho deixam empobrecida, fraturada e inflamada, com a inflação, a criminalidade e a corrupção mais altas do continente", acrescentou o prêmio Nobel de Literatura de 2010.
O agraciado escritor assinalou em sua coluna intitulada "A morte do caudilho" que a morte de Chávez "põe um ponto de interrogação sobre essa política de intervencionismo no resto do continente latino-americano que, em um sonho megalômano característico dos caudilhos, o comandante morto se propunha a tornar socialista e bolivariano".
"O povo venezuelano parecia aceitar este fantástico desperdício contagiado pelo otimismo de seu caudilho, mas duvido que nem o mais fanático dos chavistas acredite agora que Nicolás Maduro (presidente interino) possa chegar a ser o próximo Simón Bolívar", apontou Vargas Llosa.
Na opinião do também comentarista político, "a grande tarefa da aliança opositora comandada por Henrique Capriles está em convencer esse povo que a democracia futura da Venezuela se livrará dessas taras que a afundaram".
Foi no Exército que, ainda jovem, Hugo Chávez Frias começou a cultivar o conceito do bolivarianismo, quando formou um grupo secreto, denominado Movimiento Bolivariano Revolucionario 200 (MBR). Quando foi eleito presidente do país pela primeira vez, ele propôs e conseguiu implementar uma nova constituição, na qual mudava o nome do país para República Bolivariana da Venezuela. Nesta foto, de 2001, o líder venezuelano posa em frente a um busto de Simón Bolívar em Bruxelas, na Bélgica
Foto: AFP
Hugo Chávez segura espada do líder bolivariano Simón Bolívar durante cerimônia para marcar seu 219º aniversário, realizada em Caracas em 2002. Bolivar (1783-1830) é considerado um dos maiores generais da América do Sul
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Chávez (dir.) toma parte na inauguração de um busto de Simón Bolívar em Moscou na Rússia, antes de se reunir com Vladimir Putin, em 2006. Conhecido como "El Liberator", Bolívar obteve vitórias militares que levaram à independência de diversos países sul-americanos
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O presidente venezuelano tranca o caixão de Simón Bolívar, considerado herói da independência de vários países sul-americanos, durante cerimônia comemorativo a seu 227º aniversário, em Caracas, celebrado em 2010
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Mausoléu que vai abrigar os restos mortais do herói nacional venezuelano Simón Bolívar aparece nesta imagem de 2012: um tributo de Hugo Chávez ao seu ídolo, "O Libertador"
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Chávez revela imagem digital do rosto de Simón Bolívar, reconhecido como herói da independência venezuelana, em 2012. A imagem foi apresentada no palácio presidencial de Miraflores no dia do nascimento de Simón Bolivar, morto em 1830
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A divulgação do rosto de Simón Bolívar foi comemorada por Chávez, que considera seu projeto político como fruto direto do processo independentista de Bolívar. O presidente da Venezuela dizia que liderou uma 'revolução bolivariana' que o herói latino-americano deixou incompleta
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O presidente da Venezuela aplaude busto de seu herói durante inauguração realizada em 2004 em Pequim, na China. As vitórias de Simón Bolívar sobre os espanhóis levaram à independência da Bolívia, Panamá, Colômbia, Ecuador, Peru e Venezuela
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Chávez entrega uma espada cerimonial ao presidente boliviano Evo Morales em 2006, frente a um quadro que retrata Simón Bolívar
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No Brasil, Hugo Chávez aponta para um busto gigante do herói venezuelano, conhecido na América Latina como "o Libertador", durante visita ao País em 1999. O busto está localizado no Memorial da América Latina, em São Paulo