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Onda de protestos políticos deixa 6 mortos na Venezuela

Quatro pessoas morreram baleadas, uma de ataque cardíaco e outra atropelada, além de haver centenas de feridos

19 fev 2014 - 21h55
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Subiu nesta quarta-feira, 19, para seis o número de mortos na onda de protestos políticos que sacode a Venezuela, num momento em que o detido líder opositor Leopoldo López pediu a seus seguidores para continuar lutando para derrubar o governo socialista.

Há quase 20 dias, milhares de venezuelanos protestam nas ruas contra preocupações que vão desde a piora da economia até a insegurança no dividido país
Há quase 20 dias, milhares de venezuelanos protestam nas ruas contra preocupações que vão desde a piora da economia até a insegurança no dividido país
Foto: Reuters

A televisão estatal informou que uma mulher morreu depois que a ambulância que a levava ao hospital foi bloqueada por manifestantes da oposição em Caracas. Segundo a VTV, ela estava sendo socorrida após sofrer um ataque cardíaco.

Mais cedo nesta quarta-feira, Génesis Carmona, modelo e estudante de turismo de 22 anos, morreu após ser baleada na cabeça na véspera, quando motoristas não identificados abriram fogo contra uma manifestação da oposição em Valencia. Ela chegou a ser operada, mas não resistiu.

"Até quando vamos viver assim? Até quando vamos aguentar essa pressão? Até quando vamos suportar isso, que nos matem?", disse um de seus familiares à Reuters por telefone. "Faltava um semestre para ela se formar", lamentou.

Há quase 20 dias, milhares de venezuelanos protestam nas ruas contra preocupações que vão desde a piora da economia até a insegurança no dividido país. Quatro pessoas morreram baleadas, uma de ataque cardíaco e outra atropelada, além de haver centenas de feridos.

Embora os protestos tenham se convertido no maior desafio de governabilidade do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, desde que assumiu o cargo em abril, não havia indícios de que sua administração será abalada.

Os militares, cruciais na história venezuelana para equilibrar a balança e pressionar pela saída de um mandatário, estão do lado do presidente.

Maduro garante que a oposição, com apoio dos Estados Unidos, tenta repetir o sangrento golpe de Estado que tirou brevemente do poder o então presidente Hugo Chávez em 2002. Mas López disse que quer revogar o mandato de Maduro por referendo, permitido pela Constituição para 2016.

Desafio a Maduro

López instou seus seguidores a lutar pela saída de Maduro, enquanto se preparava para enfrentar nesta quarta-feira a Justiça que o acusa de incitar a violência durante as manifestações em massa.

Economista de 42 anos educado nos Estados Unidos, López lidera a ala mais dura da oposição. Ele se entregou na terça-feira voluntariamente às autoridades em uma manifestação diante de um mar de simpatizantes, após uma semana fugindo de uma ordem de prisão expedida contra ele.

"Nossa causa foi, continua sendo e hoje mais do que nunca tem de ser a queda deste governo", disse López junto à sua mulher em um vídeo publicado na noite de terça-feira.

A Venezuela está dividida entre aqueles que defendem os planos sociais do governo que favorecem boa parte dos 29 milhões de habitantes por meio de subsídios milionários e os que querem uma mudança e estão cansados da elevada inflação, a falta de produtos e a crescente delinquência.

Em resposta às palavras de López, centenas de opositores se concentraram em frente ao Palácio da Justiça, onde o líder da oposição ouvirá suas acusações, depois de ter passado a noite em uma prisão militar nos arredores de Caracas.

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