ONU busca US$ 738 mi para crise de migrantes venezuelanos
A maioria dos venezuelanos fugiu para 16 países da América Latina e do Caribe, sendo que a maioria foi para Brasil, Colômbia, Equador e Peru
A Organização das Nações Unidas (ONU) disse nesta terça-feira que está buscando 738 milhões de dólares para ajudar países vizinhos a lidar com a chegada de milhões de imigrantes e refugiados venezuelanos, que não têm "nenhuma perspectiva de retorno no curto e médio prazo".
Essa foi a primeira vez que a crise do país sul-americano foi incluída no apelo de ajuda humanitária anual da ONU, cujo valor total é de 21,9 bilhões de dólares, sem a Síria.
Três milhões de venezuelanos fugiram da crise econômica e política que afeta o país, a maioria desde 2015, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
"Existe uma crise para a qual pela primeira vez nós temos um plano de resposta, que é ajudar os países vizinhos da Venezuela a lidar com as consequência do grande número de venezuelanos deixando o país", disse o coordenador de ajuda emergencial da ONU, Mark Lowcock, em entrevista em Genebra.
A maioria dos venezuelanos fugiu para 16 países da América Latina e do Caribe, sendo que a maioria foi para Brasil, Colômbia, Equador e Peru.
"Em 2019, estimadas 3,6 milhões de pessoas precisarão de assistência e proteção, sem nenhuma perspectiva de retorno no curto e médio prazo", disse a ONU.
A Colômbia, que já recebeu um milhão de venezuelanos, está "carregando o maior peso de todos", disse Lowcock.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, culpa os problemas econômicos do país a sanções financeiras impostas pelos Estados Unidos e a uma "guerra econômica" liderada por adversários políticos. Maduro deve se reunir com o presidente russo, Vladimir Putin, em Moscou na quarta-feira.
A fuga de venezuelanos, motivados pela violência, hiperinflação e escassez de alimentos e remédios, levou a ONU a fazer um pequeno apelo de emergência na semana passada, pedindo 9 milhões de dólares para projetos de saúde e nutrição dentro da Venezuela.
Questionado se o governo venezuelano aceitaria o auxílio dentro do país, Lowcock disse:
"Acho que há um entendimento compartilhado de que mais ajuda da ONU nesses tipos de áreas seria uma coisa muito útil para reduzir o sofrimento das pessoas dentro da Venezuela."
"O que nós acertamos com o governo da Venezuela é que nós devemos fortalecer nosso trabalho colaborativo e apoio, por exemplo, nas áreas de serviços de saúde e nutrição", disse.