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Opositor pede orientações ao Papa para futuro da Venezuela

27 fev 2014 - 00h42
(atualizado às 00h44)
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O dirigente de oposição da Venezuela Leopoldo López, que está detido em uma prisão militar, escreveu uma carta ao papa Francisco horas antes de se entregar às autoridades na qual pede uma "voz" e uma "orientação" ao pontífice para estabelecer o "destino" da Venezuela, informou nesta quarta-feira sua mulher, Lilian Tintori.

"Ousei escrever estas linhas porque estou convencido, como milhões na Venezuela, que sua voz, sua orientação e sua bênção ao nosso povo neste momento podem ter um profundo impacto no destino de nosso país", diz a carta, postada em seu perfil do Twitter por sua mulher.

López, considerado pelo governo como o responsável pelos incidentes violentos que ocorreram no fim de uma manifestação no último dia 12 de fevereiro, se encontra detido em uma prisão militar nos arredores de Caracas após ter se entregado no dia 18 de fevereiro, acusado de vários crimes, entre eles, formação de quadrilha e incitação da violência.

"Na Venezuela, estamos vivendo momentos de profunda desolação e desesperança; tenho certeza que uma palavra, uma oração, uma mensagem do senhor podem ter um impacto muito significativo no encontro de nosso povo com a paz, a liberdade e a democracia", acrescentou o texto.

A carta também apresenta, segundo sua opinião, a situação na Venezuela. López expõe que os protestos vêm sofrendo "perseguição e criminalização" no país, cujas autoridades buscam "semear o medo e limitar a voz de milhões dos venezuelanos que querem promover a mudança".

A carta foi divulgada depois que o papa Francisco expressou sua preocupação pela situação na Venezuela e pediu o fim da violência no país e que se priorize a reconciliação através do diálogo.

"Sigo com particular apreensão o que está ocorrendo nestes dias na Venezuela, peço que cessem o mais rápido possível a violência e as hostilidades e, sobretudo, que o povo venezuelano, a partir dos políticos e instituições, cheguem à reconciliação", disse o Papa durante a tradicional audiência das quartas-feiras.

A Venezuela vive um momento de protestos a favor e contra o governo que começaram há duas semanas, manifestações que em alguns casos se tornaram violentas e que deixaram 13 mortos, segundo o último balanço oficial, e 16 segundo números extraoficiais, além de mais de 150 feridos.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou hoje que já são 50 os mortos pelas barricadas e guarimbas (barreiras e atos violentos dos opositores).

EFE   
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