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Pais marcham no Chile contra reforma da educação de Bachelet

6 jul 2014 - 02h34
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Segundo os organizadores das manifestações, a reforma eliminará a educação particular subvencionada, apesar de o governo ter reiterado que aumentará os subsídios para esses colégios
Segundo os organizadores das manifestações, a reforma eliminará a educação particular subvencionada, apesar de o governo ter reiterado que aumentará os subsídios para esses colégios
Foto: EFE

Centenas de pessoas participaram neste sábado em várias cidades chilenas de marchas de protesto contra a reforma educacional impulsionada pelo governo de Michelle Bachelet para avançar na gratuidade e qualidade do ensino. As manifestações, que contaram com a presença de parlamentares da oposição direitista, foram convocadas pela "Confederação de Pais e Representantes de Colégios Particulares Subvencionados (Confepa)", para "defender a liberdade" da educação, segundo seus dirigentes.

Os colégios particulares subvencionados recebem financiamento estatal e em muitos deles os pais pagam, além disso, uma taxa que permite ao estabelecimento, segundo defendem, melhorar a qualidade do ensino. A reforma do governo quer eliminar a taxa, após ser detectado que muitos proprietários não destinam dinheiro para melhorar os colégios ou os salários de seus professores, mas ao lucro.

O fim do lucro na educação, melhores salários e condições para os docentes e o fim da seleção de alunos são eixos centrais da proposta governamental, que será financiada com um aumento de impostos às empresas que permitirá aumentar em US$ 8,2 bilhões por ano a arrecadação tributária.

Segundo os organizadores das manifestações, a reforma eliminará a educação particular subvencionada, apesar de o governo ter reiterado que aumentará os subsídios para esses colégios e que, se algum proprietário estiver insatisfeito, pode transferir sua escola para a área da educação particular paga.

Erika Muñoz, presidente da Confepa, acusou o governo de apresentar propostas ambíguas e sustentou que a reforma, "tira o direito dos pais de escolher a educação de seus filhos".

Em Santiago, a manifestação, que esteve longe de ser em massa segundo relatórios da imprensa, aconteceu no município de Quilicura, ao norte da cidade, onde os presentes exigiram também que o governo retire a iniciativa do Parlamento. Também participaram da manifestação alguns parlamentares opositores, entre eles o senador Andrés Allamand, do partido Renovação Nacional, que disse que o problema da reforma "não é o objetivo mas a forma".

"A grande palavra desta manifestação é que queremos reforma, mas não desta forma", afirmou por sua vez o deputado Patrício Melero, da União Democrata Independente (UDI). Outras cidades onde houve manifestações similares, que da mesma forma que em Santiago se desenvolveram de forma pacífica, foram Iquique, Valparaíso, Melipilla, Talca, Concepción, Temuco e Coyhaique.

O ministro da Educação, Nicolás Eyzaguirre, pediu paciência aos pais e reiterou que a reforma não inclui o fechamento de colégios. "Há ainda pais que estão assustados, que acham que vamos limitar a educação particular subvencionada, que colégios vão fechar. Isso não é assim, não se vai fechar nenhum colégio, ninguém vai ter menos recursos, vamos aumentar os recursos, tudo o que pedimos aos particulares subvencionados é que sejam inclusivos, que não segreguem", asseverou.

Eyzaguirre, além disso, insistiu na disposição do governo a dialogar, pois "não nos achamos donos da verdade".

EFE   
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