Peru deve receber 20 mil venezuelanos até este sábado
Medida que obriga apresentação de passaporte entrará em vigor
As autoridades do Peru esperam receber mais de 20 mil venezuelanos até este sábado (25), dia em que entrará em vigor uma mudança nas normas sobre o fluxo migratório na fronteira, que tornará obrigatória a apresentação de passaporte.
As informações são de uma fonte oficial do Peru, citada pela imprensa latino-americana. A partir das 12h de sábado, o país impedirá o ingresso de venezuelanos que não estiverem com o passaporte, medida já implantada no vizinho Equador no último sábado (18).
Para contornar a situação, o próprio Equador adotou medidas para ajudar os migrantes. A província de Pichincha criou um "corredor humanitário" com seis ônibus que transportarão os venezuelanos da fronteira com a Colômbia à divisa com o Peru antes que a restrição entre em vigor.
O requisito de passaporte foi anunciado na sexta-feira passada (17) pelo primeiro-ministro peruano, César Villanueva, poucos dias depois de a polícia nacional ter relatado que 15 membros da organização criminal "El Tren de Aragua" entraram no país usando documentos falsos.
Além disso, um desses membros foi preso e confessou que cometera seis homicídios em seu país. Villanueva afirmou que a carteira de identidade venezuelana é facilmente falsificável e que a restrição imposta ajudará a reforçar a segurança do país.
Outra medida anunciada pelo governo peruano é a diminuição do prazo para que venezuelanos façam o pedido da Permissão Temporária de Permanência (PTP), que possibilita moradia e trabalho legais no país. De 31 de dezembro, a data foi alterada para 31 de outubro.
Por outro lado, a ONG União Venezuelana no Peru enviou uma carta ao Ministério das Relações Exteriores de Lima para pedir que seja considerada a possibilidade de permitir a entrada de crianças, mulheres grávidas, adolescentes, doentes crônicos e idosos venezuelanos sem passaporte, "por razões humanitárias".
Igreja:
Em oposição à decisão do governo equatoriano de impor a obrigatoriedade do passaporte, a Igreja Católica no país se uniu a organizações civis e a órgãos públicos e privados para que a medida seja barrada. As informações são do periódico "El Comercio".
O presidente da Conferência Episcopal do Equador, Eugenio Arellano, pediu ao presidente Lenín Moreno o cancelamento "imediato de todas as leis e regulamentos que estão bloqueando os migrantes na fronteira".
Segundo as autoridades da Igreja, o requisito do passaporte pune as vítimas da crise humanitária e não o regime de Nicolás Maduro.
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