Presidente da Colômbia exige prazo para processo de paz com Farc
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse nesta sexta-feira ser necessário colocar um prazo para o fim das negociações de paz com os guerrilheiros das Farc e advertiu que a paciência está se esgotando, depois que um ataque do grupo rebelde nesta semana deixou 11 militares mortos.
Ele admitiu, no entanto, que não deve se deixar levar pela revolta causada pelo ataque, que deixou ainda 20 soldados feridos.
"Senhores das Farc... é preciso colocar um prazo para esse processo, e se querem a paz, têm que demonstrar isso com ações e não com palavras", disse Santos durante um evento de governo.
As negociações entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que completam dois anos em Havana, ocorrem mesmo sem a interrupção do conflito, após a recusa de Santos em aderir a um cessar-fogo bilateral.
"Não se façam de surdos diante dos colombianos, pois estamos gritando (que) chegou a hora de acabar com a guerra, nossa paciência se esgota", advertiu o presidente.
O ataque das Farc ocorreu mesmo sob vigência de um cessar-fogo unilateral, declarado pelo grupo rebelde em meados de dezembro.
Até o momento, as partes chegaram a entendimentos parciais sobre a reforma agrária, a facilitação da transformação da guerrilha em partido político, o combate ao narcotráfico e o desarmamento.
Alguns temas permanecem sensíveis, como a reparação às vítimas do conflito de meio século e a desmobilização dos guerrilheiros.
(Reportagem de Nelson Bocanegra)