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Santos prorroga cessar-fogo com as Farc até o final do ano

13 out 2016 - 21h26
(atualizado em 14/10/2016 às 08h07)
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Juan Manuel Santos, presidente da Colômbia, durante pronunciamento sobre o cessar-fogo
Juan Manuel Santos, presidente da Colômbia, durante pronunciamento sobre o cessar-fogo
Foto: EFE

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, informou nessa quinta-feira que decidiu prorrogar até o dia 31 de dezembro de 2016 o cessar-fogo bilateral com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), em vigor desde 29 de agosto.

"Tomei a decisão de prorrogar o cessar-fogo bilateral", indicou o presidente em um pronunciamento em cadeia nacional, no qual explicou que adotou a medida atendendo a um pedido de um grupo de estudantes com o qual se reuniu hoje na Casa de Nariño, sede do governo.

Segundo Santos, que apresentou um balanço dos diálogos realizados com diferentes setores políticos e sociais do país para destravar o processo de paz com as Farc, um dos estudantes o lembrou que no Exército e na guerrilha há "jovens pendentes" do que irá ocorrer, esperando "não ter que voltar a matar". Por isso, o presidente decidiu prorrogar a trégua bilateral com as Farc.

"Que fique claro: isto não é um ultimato nem uma data-limite, mas espero que todo este processo para ter um novo acordo termine muito antes. Como me disse um estudante hoje, 'o tempo conspira contra a paz e a vida", explicou Santos no pronunciamento.

O cessar-fogo definitivo entre o governo e as Farc teve início em 29 de agosto. Desta forma, o Ministério da Defesa publicou uma resolução regulamentando a medida, que estava vigente até o último dia 2 de outubro, dia em que foi celebrado o referendo que rejeitou o acordo firmado por representantes do Executivo e os guerrilheiros.

Santos já tinha decidido prorrogar até o dia 31 de outubro a trégua para evitar qualquer incidente armado entre as partes. No entanto, a extensão foi interpretada em alguns setores como um alerta de reinício das hostilidades.

O Ministério da Defesa, porém, esclareceu que o governo buscava justamente o contrário: evitar incidentes armados enquanto se decide o que ocorrerá com o acordo de paz assinado no dia 26 de setembro.

No pronunciamento de hoje, o presidente também falou sobre uma reunião mantida com o secretário-geral da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Ángel Gurría, que indicou que, apesar da paz não ser um requisito para a Colômbia fazer parte do órgão, "atingi-la acelera o investimento, a geração do emprego e o desenvolvimento agropecuário".

Santos também mencionou um encontro com o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, que pediu avanços em relação à situação atual devido à "vulnerabilidade" do cessar-fogo.

Por fim, o presidente agradeceu aos representantes da Igreja Católica na Colômbia pela decisão de convocar uma reunião extraordinária de bispos para refletir sobre contribuições à paz.

"Vamos alcançá-la (a paz). Vamos conseguir terminar para sempre com a violência, permitir o retorno dos deslocados a seus lares. De ter a oportunidade, como reconhecem todos, de que com um país com o paz o progresso, o desenvolvimento e o emprego cheguem a todos os colombianos. Não podemos perder essa chance", afirmou Santos.

EFE   
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