Reino Unido responde fala de Kirchner na ONU e diz que não negocia Malvinas
O Reino Unido respondeu nesta terça-feira às declarações da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, feitas na reunião do Conselho de Segurança da ONU, e afirmou que não discutirá a soberania das ilhas Malvinas por cima dos desejos dos moradores do arquipélago. Cristina voltou a pedir ao Reino Unido que converse sobre a disputa pela soberania das ilhas, chamadas Falklands em inglês.
O embaixador britânico na ONU, Mark Lyall Grant, disse que "tal discussão não é só uma questão para os dois governos. Há três partes no debate. As opiniões do povo das ilhas Falkland não podem ser descartadas".
"Não pode haver uma discussão sobre a soberania das ilhas a não ser que os próprios habitantes queiram", reforçou o diplomata no comunicado.
Em plebiscito realizado no arquipélago em março deste ano, 99,8 % dos eleitores disseram "sim" a continuar como território dependente do Reino Unido.
A presidente argentina já citou esta questão na segunda-feira em reunião com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que afirmou continuar disposto a usar seus bons ofícios para tentar resolver esta disputa.
No entanto, o Reino Unido já rejeitou há meses qualquer possibilidade de mediação do secretário-geral, repetindo o argumento de que não negociará a soberania acima do direito à livre determinação dos habitantes das Malvinas.
Argentina e o Reino Unido entraram em guerra em 1982 pelas Malvinas, depois do desembarque surpresa de tropas argentinas no arquipélago no dia 2 de abril daquele ano. A guerra terminou meses depois, em junho, com a rendição argentina.
Os países negociaram com sucesso a normalização de suas relações, transformada em acordo em 1990, mas deixaram à margem das conversas o espinhoso tema da soberania.