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Saiba mais sobre o Haiti, o país mais pobre da América Latina

13 jan 2010 - 09h22
(atualizado às 12h05)
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O Haiti foi a primeira república negra do mundo a declarar sua independência. O Haiti é o país mais pobre do hemisfério ocidental, com 80% de sua população vivendo na pobreza, com menos de US$ 2 por dia. Dois terços dos haitianos dependem do setor agrícola e são vulneráveis aos danos ocasionados por desastres naturais, agravados pelo desmatamento.

Pessoas se desesperam nas ruas de Porto Príncipe, após terremoto
Pessoas se desesperam nas ruas de Porto Príncipe, após terremoto
Foto: Divulgação

O setor de produção de roupas representa dois terços das exportações do Haiti para os Estados Unidos. Além disso, o Haiti sofre com uma grande inflação, possui uma infra-estrutura limitada e um severo déficit comercial. O governo haitiano depende de ajuda internacional para seu sustento fiscal

No ano de 2005, o Haiti pagou suas dívidas com o Banco Mundial, reforçando assim a possibilidade de investimentos com a organização. Acredita-se que o Haiti receba a liberação de sua dívida através da iniciativa para Países Pobres Altamente Endividados (HIPC, na sigla em inglês).

Além disso, o governo enfrenta problemas com o tráfico de drogas. No Haiti, o narcotráfico corrompeu o sistema judicial e as forças policiais.

O Brasil foi o responsável pela organização das forças de paz no Haiti. Atualmente há 1.266 militares brasileiros lá. O objetivo é colaborar na reconstrução física e institucional haitiana com apoio nas áreas de segurança, de engenharia e saúde.

Política

Durante décadas, o Haiti viveu sob o poder dos governos brutais de François "Papa Doc" Duvalier e seu filho, Jean-Claude, conhecido como "Baby Doc". Em 1990, Jean-Bertrand Aristide foi o primeiro presidente eleito de forma democrática.

Apesar de sua grande popularidade, as esperanças de um futuro melhor desapareceram quando Aristide foi derrubado em um sangrento golpe militar, em 1991. Ele regressou ao Haiti em 1994, logo após o regime militar renunciar frente à pressão dos Estados Unidos.

Em 1996, Aristide foi substituído por René Preval na presidência, após eleições diretas. René foi reeleito em novembro de 2000. Em 2004, um governo interino, aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU, assume o poder. Com isso, a Organização enviou para ao país uma força para restaurar a ordem.

Entretanto, o Haiti prosseguiu afetado por confrontos violentos entre gangues e grupos políticos rivais. A ONU classificou a situação de direitos humanos como catastrófica. Em 2006, René Préval, chamado por seus partidários de defensor dos pobres, voltou à presidência.

Furacões

Formado por uma topografia montanhosa e um clima tropical, sua localização, história e cultura (caracterizada pela religião vudu, suas músicas, tambores e danças), fizeram do Haiti um lugar ideal para o turismo.

Em 2008, O Haiti foi atingido por uma série de de tempestades e furações, que deixaram cerca de mil mortos, mais de 800 mil pessoas desabrigadas e causaram prejuízos de mais de US$ 1 bilhão.

Na época, o enviado especial da ONU para o Haiti, Hedi Annabi, estimou que Produto Interno Bruto do país havia caído entre 3% e 4% devido às tempestades.

Protestos e violência

O Haiti - que importa a maior parte da comida que consome - foi um dos países mais atingidos pela crise alimentar causada pela alta nos preços dos alimentos.

Segundo analistas, a raiz da crise alimentar do Haiti está na combinação de uma agricultura de corte e queima que destruiu várias terras do país - deixando apenas 2% das florestas originais - e a decisão de importar alimentos a partir dos anos 80, quando os preços eram mais atraentes.

O país começou a importar grande quantidade de alimentos principalmente dos Estados Unidos, depois de baixar tarifas de importação após negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial em troca de empréstimos.

O Haiti foi um dos primeiros países a chamar a atenção mundial para crise dos alimentos. A crise gerou uma onda de violentos protestos no país em 2008.

Mídia

O rádio é o meio de comunicação mais importante no Haiti. O acesso à imprensa escrita é limitado, devido ao alto índice de analfabetismo. Existem mais de 250 estações de rádio privadas, que cobrem um amplo espectro do panorama político. Entretanto, a autocensura é muito comum. Os jornalistas evitam entrar em confronto com seus patrocinadores e com os políticos.

A organização Repórteres sem Fronteiras, que defende a liberdade de imprensa, afirmou que a publicação de notícias melhorou "dramaticamente" desde a saída do presidente Jean-Bertrand Aristide. A ONG havia colocado o ex-mandatário em sua lista de "depredadores da liberdade de imprensa".

Em meio à violência crescente no início de 2004, estações de rádio e televisão se tornaram alvo de quadrilhas em ambos os lados do espectro político. Estúdios e equipamentos de transmissão foram destruídos.

Com informações da BBC Mundo, CIA (Agencia Central de Inteligência dos Estados Unidos, na sigla em inglês) e agências.

Fonte: Redação Terra
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