Saques e confrontos após greve policial deixam oito mortos na Argentina
Cinco pessoas morreram nas últimas horas em diferentes pontos da Argentina em uma nova onda de saques durante protestos de policiais por reivindicações salariais, o que eleva para pelo menos sete o número de vítimas mortas em várias províncias. Os protestos tiveram início em Córdoba e se generalizaram por pelo menos 16 regiões do país.
Na noite de ontem, a capital provincial de Chaco, de Resistência, viveu intensos confrontos que deixaram, até o momento, pelo menos dois mortos, entre elas um policial. Em Tucumán, um homem morreu baleado, e outro morreu em um acidente de moto provavelente decorrente de confrontos locais. Em Jujuy, um adolescente morreu durante o roubo a uma loja de roupas esportivas. Estas cinco vítimas fatais se somam a outras três registradas nas províncias de Entre Ríos, Buenos Aires e Córdoba na última semana.
Greve e caos
Os incidentes começaram na semana passada em Córdoba, uns 700 quilômetros ao oeste de Buenos Aires, quando dezenas de pessoas se lançaram a saquear comércios aproveitando a ausência de policiais nas ruas, que se declararam em greve para exigir uma melhora de seus salários básicos.
Pelo menos uma pessoa morreu, cerca de 200 ficaram feridas, aproximadamente de 100 foram detidas e mais de mil lojas sofreram graves prejuízos antes que os guardas de Córdoba voltassem às ruas após terem feito um acordo com as autoridades provinciais incluindo aumento salarial.
Os protestos se estenderam desde então para outras dez províncias da Argentina, apesar das chamadas do governo nacional e dos governos provinciais aos policiais para que cessem "a extorsão" e efetuem suas reivindicações através do diálogo. Ao lado das regiões citadas, também se aquartelaram as forças em Catamarca, Corrientes, Mendoza, Santa Fé, Río Negro (província), Neuquén e Chubut.
Os aumentos salariais conquistados pelos policiais em várias províncias para retornar suas funções contemplam salários básicos de cerca de 8.500 pesos (R$ 3.140), que em alguns casos representam um aumento de até 50%.
As informações são da agência EFE e do jornal Clarín.