Sem receber pedido, Maduro oferece asilo a Snowden na Venezuela
Mesmo sem receber solicitação formal por parte de Snowden, o presidente da Venezuela disse que seu país "quase certamente" receberia o ex-consultor da CIA
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, analisou novamente nesta quarta-feira o caso de Edward Snowden, acusado de espionagem pelos Estados Unidos, e disse que seu governo "quase certamente" concederia asilo político ao homem que revelou o "grampo" mundial do governo de Barack Obama.
"Se ele pedisse, iríamos analisar e quase certamente concederíamos o asilo político (...), que é uma instituição do direito humanitário internacional para proteger os perseguidos", revelou o presidente em um ato no Estado de Guárico. "Vocês perguntam o que este rapaz fez? Apenas revelou segredos muito delicados de que os Estados Unidos espionam todo mundo", afirmou Maduro.
"Agora os Estados Unidos advertem o mundo: 'Que ninguém receba Snowden', mas este é o mesmo país que deu asilo político a Luis Posada Carriles", disse Maduro, citando o ex-agente cubano da CIA acusado pela Venezuela de ser o autor intelectual do atentado que matou 73 pessoas em um avião cubano que decolou de Caracas em 1976.
O analista americano, de 30 anos, cumpre nesta quarta-feira seu quarto dia na zona de trânsito do Aeroporto de Moscou, procedente de Hong Kong, refugiado após revelar um programa de espionagem do governo de Obama sobre milhões de telefonemas e comunicações na Internet, em todo o mundo.
Snowden, que trabalhou para a Agência de Segurança Nacional (NSA, sigla em inglês), pediu asilo ao governo equatoriano, mas no momento as autoridades em Washington tentam obter sua extradição com Moscou.