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Sergio Massa, o jovem peronista que desponta como sucessor de Cristina Kirchner

Ex-chefe de gabinete da presidente argentina que virou opositor, foi o candidato mais votado nas primárias do dia 11

17 ago 2013 - 14h36
(atualizado às 14h36)
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<p>Entre 2008 e 2009, Massa foi chefe de gabinete de Cristina Kirchner </p>
Entre 2008 e 2009, Massa foi chefe de gabinete de Cristina Kirchner
Foto: Divulgação

Uma nova figura emergiu na política argentina a partir das eleições primárias do último domingo. Trata-se do jovem prefeito da cidade de Tigre, a 30 quilômetros da capital, Sergio Massa, 41 anos. Ex-chefe do gabinete da presidente Cristina Kirchner (2008-2009), Massa foi o candidato mais votado na estratégica província de Buenos Aires no último dia 11. A vitória já o credencia como possível candidato do peronismo para suceder Cristina em 2015.

Sergio Massa é o nome por trás do novo partido peronista argentino, o Frente Renovador, fundado este ano para contrapor o kirchnerismo dentro da linha ideológica do ex-presidente Juan Domingo Perón. Chamado de “dissidente” por alguns e de “traidor” por outros, o fato é que o jovem prefeito agora é o principal candidato opositor à Câmara dos Deputados nas eleições de outubro.

A eleição primária de domingo passado serviu para definir os candidatos para as eleições legislativas de outubro, quando serão renovadas metade das vagas da Câmara e um terço do Senado. Mais além, o pleito serve também como termômetro para as eleições presidenciais de 2015, quando termina o segundo mandato de Cristina Kirchner.

<p>Ele é o principal nome do Frente Renovador, o novo partido peronista argentino </p>
Ele é o principal nome do Frente Renovador, o novo partido peronista argentino
Foto: Divulgação

A presidente já negou, mas alguns opositores insistem que, se o kirchnerismo vencer as primárias e conservar maioria nas duas casas legislativas, poderá promover uma reforma na Constituição que permita a re-reeleição. Massa é contra e, segundo dizem, esse foi um dos motivos que teria afastado o jovem político do setor governista.

No final desta semana, o deputado Carlos Kunkel, considerado ultra-kirchnerista, disse que aposta que, em 2015, a Argentina terá um presidente peronista apoiado pelo kirchnerismo.

Massa teve 35% dos votos na província de Buenos Aires (o que exclui a capital), contra 30% do candidato de Cristina, Martín Insaurralde. O resultado é importante porque o distrito tem quase 38% dos 11 milhões de eleitores da Argentina. Os pré-candidatos que obtiveram menos de 1,5% dos votos válidos foram eliminados.

Ponderado e jovial, Massa comemorou o resultado com moderação, dizendo que não recebeu um cheque em branco, mas sim uma demonstração de confiança. O seu partido, Frente Renovador, nasceu da insatisfação de integrantes e apoiadores do governo kichnerista.

"O povo avaliou o esforço de um grupo de jovens e de uma gestão comprovada que decidiu montar um espaço diferente que permitiu que essa alternativa política tivesse respaldo", disse Massa.

<p>Sergio Massa conquistou 35% dos votos nas primárias</p>
Sergio Massa conquistou 35% dos votos nas primárias
Foto: Divulgação

Nascido em 28 de abril de 1972 em San Martín, na província de Buenos Aires, Massa se define como integrante da geração que jogava futebol na rua e aproveitava seu bairro como uma extensão do pátio de casa. Uma clara referência a uma de suas principais bandeiras de campanha: a segurança pública.

“Comecei a militar desde muito jovem, com 16 anos. A política entrou na minha vida cedo, como uma vocação que crescia à medida que comecei a descobrir que poderia ajudar os outros, que era uma ferramenta mais efetiva para resolver injustiças e desigualdades”, diz o próprio Massa em perfil publicado no site do partido.

Sergio Massa é casado com Malena e tem dois filhos, Milagros e Tomás. É prefeito de Tigre desde 2007, mas ocupou seu primeiro cargo público bem antes: foi eleito deputado provincial pelo Partido Justicialista aos 27 anos.

Sobre os quase dois anos como chefe de gabinete de Cristina Kirchner, Massa resume: “uma experiência na qual aprendi muito”.

Oposição, pero no mucho

Sergio Massa é, assim como Cristina Kirchner e o ex-presidente Carlos Menem, peronista. Ou seja, integra o grande Movimento Nacional Justicialista, por vezes chamado apenas de Partido Justicialista, fundado e liderado a partir das ideias de Juan Domingo Perón. O peronismo é dividido em diversas correntes, sendo o kichnerismo uma delas. Foi com o grupo político nascido a partir de Néstor Kirchner que Massa rompeu em 2009.

Derrota, pero no mucho

Apesar de o resultado das primárias ser interpretado como uma forte derrota da presidente Cristina Kirchner, a Frente para a Vitória (FPV) se manteve como a maior força política em número de votos em todo país. No entanto, o problema (para o oficialismo) é que a FPV perdeu em quatro (Buenos Aires, Córdoba, Santa Fé e na cidade de Buenos Aires) dos cinco distritos mais importantes da Argentina.

Depois das primárias, Cristina Kirchner ignorou os discursos de derrota e afirmou que o kirchnerismo está em condições de manter e até de ampliar sua maioria no Congresso. Ela ainda lembrou que o seu partido é o único presente em todos os distritos eleitorais do país.

Fonte: Terra
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