O Uruguai iniciou, nesta sexta-feira, a formação de seus agentes de trânsito para controlar o uso de maconha entre motoristas antes da realização no próximo domingo da Noite da Nostalgia, festa mais popular do país, na primeira vez que acontece a comemoração com a droga completamente legalizada.
Cerca de 140 agentes de trânsito, tanto da polícia como de diversas autoridades municipais do país, compareceram no dia de capacitação organizada pela União Nacional de Segurança Viária do país (UNASEV) e pela Junta Nacional de Droga para aprender a usar os dispositivos de detecção do uso de maconha que serão empregados a partir de agora de forma sistemática nos controles de estrada.
Segundo explicou Pablo Ithamoussou, secretário-executivo da UNASEV, a formação dos agentes procura cumprir em sua totalidade tanto com as normas de trânsito vigentes no país desde 2007, que proíbem circular sob os efeitos do álcool e outras drogas, como da lei que legalizou a compra e venda da maconha no final do ano passado e que incluía um artigo específico para vigiar o uso maconha ao volante.
O sistema empregado para medir o THC (tetrahidrocannabinol, o conteúdo psicotrópico da maconha) nas pessoas é um "teste muito simples que funciona com a saliva do indivíduo" e que já está sendo utilizado em outros lugares do mundo como Madri.
Ithamoussou apontou que estes controles se somarão aos que habitualmente são realizados para detectar o uso de álcool e que apesar da novidade que pode representar, realizar controles de maconha em um contexto de legalização da mesma "é apenas cumprir uma norma".
No entanto, o secretário da UNASEV apontou que a impressão é que "não existe a mesma percepção de risco no uso da maconha que no uso do álcool ao volante" e que por isso é preciso trabalhar "na comunicação prévia para infiltrar o tema desse perigo na sociedade".
Neste sentido, o técnico apontou os trabalhos de divulgação destes controles que são realizados nestas datas e um pouco antes da Noite da Nostalgia, quando centenas de milhares de uruguaios saem para dançar em todo o país.
1) Maconha mata câncer Tetra-hidrocanabinol, conhecido como THC, é o ativo encontrado na erva e tem efeitos que podem ajudar a destruir um tumor. "Estudos em animais mostraram que ajuda a diminur o crescimento das células cancerígenas no cérebro, pulmão, mama, próstata e tireoide", explica Dr. Donald Tashkin, pneumonologista da Universidade de Los Angeles, que estuda a maconha no campo médico há 30 anos
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2) Maconha suprime o sistema imunológico Um dos pontos negativos da maconha é ser um conhecido imunossupressor das células do pulmão e, portanto, prejudicial na prevenção de doenças respiratórias
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3) Maconha piora transtornos mentais, como a esquizofrenia Apesar dos usuários falarem dos benefícios nestes casos, a pesquisa conduzida pelo Dr. Tashkin alega que o consumo agrava os problemas de saúde mental, como transtorno bipolar e esquizofrenia
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4) Maconha deixa as pessoas "devagar" A maioria das pessoas pensa que a maconha as desacelera, mas na verdade o uso aumenta a frequência cardíaca em 16 batimentos por minuto. "Por isso quem fuma altas doses experimenta claros sinais de ansiedade e paranóia", explica Franson
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5) Sim, maconha faz mal para os pulmões... Segundo o especialista, o prejuízo não tem nada a ver com câncer de pulmão, mas sim aos riscos respiratórios da inalação
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6)... mas não como os cigarros de nicotina Dr. Tashkin explica que "não há absolutamente nenhuma comparação" entre a segurança de fumantes de maconha e cigarro. Cigarro é o maior causador de mortes nos Estados Unidos, ao passo que não há ligação entre maconha e câncer de pulmão. "Sou pneumonologista, então preferiria que as pessoas não fumassem nada, mas do ponto de vista ético o tabaco é muito mais prejudicial mesmo sendo legal", afirma
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7) Bolos de maconha causam paranoia e agitação Agitação, é um dos efeitos que a maconha causa quando é consumida em doces, como brownie, ao contrário do que geralmente acontece quando é fumada. Comer a erva aumenta ainda os quadros de paranoia e tontura. Além disso, o efeito não é instantâneo, por isso as pessoas costumam comer demais o que potencializa estes sintomas
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8) Controle governamental nos EUA Toda a maconha usada para fins medicinais nos Estados Unidos é cultivada no Coy W. Waller Laboratory Complex na Universidade do Mississippi. O local trabalha em parceria com o Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas desde 1968 plantando e processando toda a erva usada no país
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9) Crianças também consomem Desde a legalização do uso medicinal da maconha nos Estados Unidos, crianças com sérios problemas de saúde, como epilepsia, consomem a erva para ajudar na redução dos sintomas. A liberação no Colorado fez com que várias famílias se mudassem para lá a fim de terem acesso mais fácil à droga no tratamento dos filhos (o número de crianças consumidoras teria saltado de 50 para 200). Especificamente, estas crianças consomem varições do ativo encontrado na maconha e que têm efeitos alucinógenos mínimos
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10) Pode ser usada em tópicos Algumas pessoas fazem uso de pomadas e loções da erva para alívio de dor e inflamações. Usada dessa maneira, ela não tem os efeitos alucinógenos que inalada e, segundo o fabricante (Apothecanna), sua presença não é acusada em exames de drogas
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11) Maconha interrompe danos cerebrais (em ratos) Doses extremamente baixas de THC podem proteger o cérebro dos roedores de danos cognitivos de longo prazo causados por prejuízos depois de falta de oxigênio, convulsões, drogas tóxicas e álcool
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12) Pode prejudicar o QI em adolescentes Alguns estudos relacionam QI menor e pobreza de habilidades cognitivas em adolescentes que fumam maconha. "Esta evidência não é muito clara porque os jovens podem ter essa condição desde a infância. No entanto, deve-se levar em consideração para estudar os efeitos a longo prazo", explica Dr. Tashkin
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13) Maconha vicia A maioria dos usuários não são dependentes da droga, escreveu J. Wesleu Boyd em seu estudo intitulado "Psychology Today". No entanto, para algumas pessoas o hábito se torna destrutivo para a vida. "Maconha é minha vida, minha família, minha namorada e meu passatempo", relatou um paciente ao Dr. Boyd. Além disso, aguns usuários experimentam sintomas de abstinência, como taquicardia e irritabilidade, quando tentam parar de consumir
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14) Não é possível ter uma overdose de maconha A maconha traz prejuízos à saúde, mas a erva em si não é causa de morte. Margaret Haney, professora de neurologia da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, e diretora do laboratório de pesquisa sobre a droga, disse ao site TheWeek.com que nunca viu alguém morrer de overdose de maconha nem perder a vida devido a uma reação alérgica ao consumo
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15) Porcos comem maconha em Butão e no estado de Washington Rumores dizem que em Butão, pequeno país localizado no sul da Ásia, os porcos se alimentam da erva simplesmente porque ela cresce de forma descontrolada e selvagem nos campos da região. No estado americano de Washington, um fazendeiro começou a dar a erva aos seus animais com o objetivo de fazê-los ganhar peso mais rápido devido ao famoso sintoma da "larica", a fome que surge após o consumo da erva