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Uruguai "não está preparado para fiscalizar", diz oposição

Regulamentação da chamada "lei da maconha" está prevista para entrar em vigor amanhã no Uruguai; consumo já estava liberado desde 1974 no país

5 mai 2014 - 12h48
(atualizado às 12h57)
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“Por mais que a regulamentação queira dar uma certa previsibilidade e segurança no que tem a ver com o cultivo, a produção e a venda, acho que nosso país não está preparado para controlar, fiscalizar e sancionar” os consumidores e produtores da maconha no Uruguai. Essa é a opinião da deputada Verónica Alonso, uma das principais vozes do Partido Nacional, de oposição.

“É evidente que, no Uruguai, temos uma droga socialmente aceitável, como é o álcool, onde estão os maiores problemas que temos. E um dos grandes problemas que temos nesse caso é a falta de controles, especialmente no que diz respeito aos jovens, aos menores de idade”, diz ao Terra.

A deputada considera que “duas coisas ficam de fora, na questão da maconha: o mercado dos menores de 18 anos, que vão continuar recorrendo à compra em paralelo, e a lei não prevê nada sobre isso, para além da proibição. Sabemos que existe esse mercado, não podemos negá-lo ou ignorá-lo, sabendo que é uma realidade”.

O outro aspecto questionável, em sua opinião, “é que, como foi aventado, a plantação seja feita em espaços militares e com vigilância militar”. “Em alguns casos, isso poderia gerar algum tipo de certeza ou segurança, mas na verdade não me parece que essa seja nem a função nem a atribuição de militares. Creio, além do mais, que os mecanismos de controle tanto em autocultivo como no clube de sócios são inviáveis. Não dá para controlar que alguém tenha seis plantas, e não 12, por exemplo, e que a droga não termine sendo vendida.”

Formada em relações internacionais, Alonso é parte da chapa do pré-candidato à Presidência da República Jorge Larrañaga. As eleições serão realizadas em outubro no país.

De acordo com pesquisa de intenção de voto divulgada no início de abril pelo instituto Equipos, a coalisão à qual pertence o presidente José Mujica, impulsionador da lei da maconha, registraria 43% dos votos. Em segundo lugar, viria o Partido Nacional, com 28%. Na sequência, aparece o Partido Colorado, também de oposição, com 16%. Os indecisos somam 9%.

O texto que regulamenta a chamada “lei da maconha” no país, a lei 19.172, que estatiza a produção, comercialização e venda da droga foi aprovado na noite da última sexta-feira. A previsão é de que o texto, com 104 artigos, entre em vigor já a partir da próxima terça-feira. As farmácias credenciadas serão os lugares habilitados para a venda da maconha no país, a partir de novembro deste ano.

Fonte: Especial para Terra
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