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Vaticano abrirá seus arquivos sobre ditadura militar na Argentina

25 out 2016 - 09h34
(atualizado às 10h08)
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A Igreja Católica da Argentina abrirá "em breve" seus arquivos relativos à ditadura militar no país (1976-1983) para que os documentos possam ser consultados pelos familiares das vítimas.

O anúncio foi feito nesta terça-feira pela Secretaria de Estado do Vaticano e pela Conferência Episcopal Argentina (CCA) em um comunicado conjunto, no qual informaram que o material se encontra nos arquivos da CCA, da Secretaria de Estado do Vaticano e na Nunciatura Apostólica em Buenos Aires.

"De acordo com um protocolo que será estabelecido em breve, poderão consultar os documentos as vítimas e familiares diretos dos desaparecidos e presos, e, no caso de religiosos ou eclesiásticos, também seus superiores", diz a nota divulgada hoje.

A abertura desse material ocorre depois de um processo de digitalização e organização dos documentos, por ordem do próprio papa Francisco. "Se deseja ressaltar que esse trabalho se desenvolveu tendo como premissa o serviço à verdade, à justiça e à paz, continuando com o diálogo aberto à cultura do encontro", destaca o comunicado do Vaticano.

Diferentes organizações, como a Associação Argentina de Familiares de Desaparecidos e as Mães da Praça de Maio, pediram ao papa em distintas reuniões a abertura dos arquivos da Igreja Católica para poder consultar esses documentos.

O papa sempre se mostrou aberto a essa possibilidade e por isso ordenou que os documentos fossem colocados em ordem, destacando os que fazem referência ao período da ditadura e que poderiam conter informação sobre o paradeiro de pessoas desaparecidas.

Durante o período, várias vítimas recorreram às autoridades eclesiásticas da época. Por isso, espera-se que o Vaticano tenha informações que sejam capazes de jogar luz sobre fatos que até hoje ainda não foram esclarecidos.

EFE   
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