Venezuela continua destacando benefícios de fechamento de fronteira
O governo da Venezuela reiterou neste sábado que o fechamento de parte da fronteira só gerou benefícios para o país depois que as autoridades fizeram um percurso para confirmar que a medida está sendo cumprida em 140 quilômetros dos limites com a Colômbia.
A supervisão da área foi feita depois que esta manhã fora ativado o fechamento da fronteira em outros quatro municípios do estado limítrofe de Táchira, somando já dez jurisdições, uma atividade liderada pelo vice-presidente da Venezuela, Jorge Arreaza, pelo governador tachirense, José Vielma Mora, e por outras autoridades.
Arreaza reiterou que o fechamento de parte da fronteira com a Colômbia e estado de exceção na região decretados desde os dias 19 e 21 de agosto passados respectivamente, são medidas "que buscam gerar uma fronteira justa, equilibrada, uma fronteira de paz, uma fronteira produtiva".
Ele afirmou que com a inspeção pôde comprovar hoje a existência de filas de colombianos que querem retornar ao país depois que foram para a Colômbia, após a ativação das medidas em Táchira, o que segundo sua opinião desmente as versões de que o governo venezuelano maltratou os cidadãos da nação vizinha.
"Nós queremos o melhor para o povo colombiano, mas infelizmente está situação parasitária não pode continuar", disse Arreaza ao fazer referência aos cidadãos colombianos que, assegura, se dedicam ao contrabando de produtos venezuelanos de primeira necessidade.
Ontem, o mesmo Arreaza garantiu que graças ao fechamento da fronteira no estado Táchira "apareceu xampu e apareceu sabão, está aparecendo leite em pó, produtos básicos, frango".
Por sua vez, o governador do Táchira disse à Agência Efe que desde que se impediu a passagem rumo a e desde a Colômbia o índice de criminalidade caiu "praticamente a zero" na região.
"O balanço é extraordinário, já vamos completar 11 dias de fechamento, um só homicídio, nenhum em fronteira, um só ferido, um veículo e dois motos roubadas, ou seja, o índice de criminalidade caiu praticamente a zero", afirmou Vielma durante a supervisão da aérea.
O governador também comemorou que até o dia do fechamento da fronteira Táchira recebia 114 caminhões-tanque de combustível o que equivale a 38 mil litros, e que agora, em vista que a demanda caiu consideravelmente pela medida contra o contrabando, deixaram de receber até 14 deles.
"Isso quer dizer que os frutos estão sendo vistos", assinalou o governador.
Esta inspeção foi feita em um dia no qual o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, também foi até a cidade fronteiriça colombiana de Cúcuta para verificar a situação dos milhares de cidadãos que saíram da Venezuela, deportados ou por vontade própria, após o fechamento das passagens do estado de Táchira.
Neste cenário de crise fronteiriça milhares de colombianos que viviam na Venezuela saíram deste país e hoje o governo da Colômbia informou que já são mais de 8.250 pessoas entre deportados e voluntários, os que se deixaram o território venezuelano.
Arreaza comemorou como uma "boa notícia" que o chefe de Estado da Colômbia tenha ido até a cidade fronteiriça de Cúcuta "e se preocupe" com o território.
O vice-presidente também disse que espera que com o interesse do governo da Colômbia sobre a cidade colombiana fronteiriça de Cúcuta, a Venezuela possa ver mais presença policial e militar desse país "do outro lado da fronteira, protegendo os dois povos" e evitando o contrabando.
Enquanto isso o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, viajou para Vietnã e China "para trabalhar em todos os acordos" que os três países mantêm "para o melhoramento econômico, financeiro e social" de sua nação.
O governante venezuelano também disse que nesta viagem vai comemorar "os 70 anos da vitória do povo chinês na Segunda Guerra Mundial", viagem que realizou horas após ampliar a extensão de fechamento da fronteira de 100 para 140 quilômetros.
Maduro decidiu fechar parte da fronteira com a Colômbia à meia-noite do dia 19 de agosto depois que três militares e um civil venezuelanos ficaram feridos em um ataque de supostos contrabandistas na região ao que somou, dois dias depois, o decreto de estado de exceção.