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Venezuela: Maduro condena violência contra estudantes na UCV

Vários estudantes foram espancados, atacados, roubados e despidos na Universidade Central da Venezuela

6 abr 2014 - 16h46
(atualizado às 16h55)
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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse neste domingo que não vai tolerar a ação violenta de grupos armados no país e condenou o incidente da última quinta-feira, 3 de abril, em que vários estudantes foram espancados, atacados, roubados e despidos na Universidade Central da Venezuela (UCV) por um grupo de pessoas encapuzadas.

"Eu não vou aceitar grupos armados aqui, de nenhum tipo, quero que fique claro. O nosso povo está em paz, construindo a pátria", disse durante discurso transmitido pelo canal estatal Venezuelana de Televisão. Ele voltou a pedir o desarmamento da população. "Ninguém tem que ter uma pistola. Ninguém tem justificativa para ter uma pistola", destacou.

Na quinta-feira, pelo menos sete estudantes da UCV foram feridos, após o ataque de um grupo de motociclistas armados. De acordo com representantes estudantis e a imprensa local, os estudantes foram atacados ao mesmo tempo em que a Guarda Nacional Bolivariana impedia a realização de uma marcha que sairia da Universidade até a empresa estatal Petróleos Venezuela SA.

Nas redes sociais, estudantes também relataram e postaram fotos dos agressores com capuz e alguns usavam camisetas com identificação do Partido Socialista Unido da Venezuela. Durante o tumulto quatro fotógrafos de jornais venezuelanos tiveram equipamentos roubados e uma jornalista do canal mexicano Televen, foi ameaçada.

Em entrevista coletiva após o ataque, o presidente da Federação de Centros Universitários, Juan Requesens; a reitora da UCV, Cecília Arocha; e o presidente da Associação de Professores Universitários, Víctor Márquez, afirmaram que a ação dos encapuzados ocorreu impunemente "diante dos olhos" das autoridades policiais.

"A Guarda Bolivariana foi incapaz de deter a violência dos indivíduos que atacaram o grupo que possuía armas", informou o representante dos centros universitários. Segundo ele também há informações de que um estudante está desaparecido.

Há quase dois meses são registrados protestos diários em várias regiões da Venezuela que, de acordo com dados oficiais, causaram 39 mortos, 608 feridos e 81 denúncias de violações de Direitos Humanos.

O Governo venezuelano insiste que os protestos e a violência são resultado da ação direta de grupos de extrema-direita, que buscam "um golpe de Estado continuado" contra o presidente Nicolás Maduro e culpa a oposição pela violência. Entretanto, opositores e estudantes afirmam que os ataques são provenientes de grupos paramilitares ligados ao governo.

Em março, a União das Nações Sul-americanas (Unasul) enviou uma comissão ao país e já foram realizadas conferências de paz por parte do governo, mas os protestos e a tensão polarizada continuam. Outros organismos internacionais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a União Europeia, também pedem que o governo Maduro dialogue com a oposição.

Agência Brasil Agência Brasil
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