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Venezuela: mulheres de prefeitos presos vencem eleições

Patricia Ceballos e Rosa Scarano tiveram vitória esmagadora;

26 mai 2014 - 11h53
(atualizado às 11h54)
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Patricia Gutiérrez e seus filhos durante eleições para a prefeitura de San Cristóbal
Patricia Gutiérrez e seus filhos durante eleições para a prefeitura de San Cristóbal
Foto: Reuters

As mulheres de dois prefeitos de oposição presos por causa de protestos contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tiveram vitórias esmagadoras na eleição de domingo para as vagas deixadas pelos maridos.

Embora a vitória das mulheres fosse largamente esperada em suas respectivas cidades, que são enclaves da oposição a Maduro, ainda assim foram motivo de comemoração para uma oposição que se encontra dividido a respeito da estratégia dos protestos e por sucessivas derrotas em eleições nacionais.

Patricia Ceballos, cujo marido, Daniel Ceballos, foi deposto em março e condenado a 1 ano de prisão por não ter agido para remover barricadas de manifestantes das ruas de San Cristóbal, foi eleita prefeita da cidade com 74 por cento dos votos.

A cidade no leste do país, próxima à fronteira com a Colômbia, foi o ponto de origem das manifestações contrárias ao governo em fevereiro, se espalhando a seguir por toda Venezuela, nos maiores protestos em décadas, em que 42 pessoas morreram.

Rosa Scarano, cujo marido, Vicencio Scarano, também foi retirado do cargo de prefeito da cidade de San Diego e condenado em março a 10 meses de prisão sob a mesma acusação, venceu a eleição por uma vantagem ainda maior, com 88 por cento dos votos.

As duas mulheres fazem parte da coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD), oposição aos candidatos do Partido Socialista (Psuv), no poder.

"O resultado dessas eleições mostrou que o abuso de poder teve uma grande lição", disse o MUD em comunicado.

Mas os socialistas ainda controlam cerca de 70 por cento dos 335 municípios da Venezuela.

Maduro disse que iria reconhecer a vitória das novas prefeitas, mas avisou que não iria tolerar novos protestos em suas cidades.

"Se eles ficarem loucos e começaram a atear fogo no município novamente, as autoridades vão agir... eleições serão convocadas a cada três meses até que haja paz", disse ele.

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