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Venezuela: oficial da Guarda Nacional morre baleado em protesto

Oficial foi atingido por tiro ao dispersar manifestantes neste domingo, no norte do país; já são 29 mortos nos protestos iniciados em fevereiro

17 mar 2014 - 12h20
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Oficiais da Guarda Nacional avançam contra manifestantes antio-governo durante confrontos na praça Altamira, em Caracas, neste domingo, 16 de março
Oficiais da Guarda Nacional avançam contra manifestantes antio-governo durante confrontos na praça Altamira, em Caracas, neste domingo, 16 de março
Foto: Reuters

Um capitão da Guarda Nacional venezuelana morreu nesta segunda-feira como consequência de um tiro recebido no domingo ao dispersar uma manifestação em Maracay, segundo informações oficiais, elevando a 29 o número de mortos nos protestos opositores iniciados no dia 4 de fevereiro.

"Nesta madrugada faleceu em Aragua o capitão de nossa GNB José Guillé. Baleado na cabeça", escreveu em sua conta no Twitter o chefe de Comando Estratégico Operacional da Forças Armada (Ceonfab), general Vladimir Padrino López.

Guillén foi ferido, segundo informações, na noite de domingo quando sua unidade da Guarda Nacional recebeu instruções de dispersar um grupo de manifestantes que haviam bloqueado a avenida José Casanova Godoy da cidade de Maracay, estado de Aragua, no norte do país.

De acordo com a informação fornecida pelo governador do estado, o chavista Tareck El-Aissami, a patrulha foi recebida a tiros e neste confronto Guillén foi ferido na cabeça.

A Venezuela é palco desde o dia 4 de fevereiro de protestos iniciados por setores estudantis contra a insegurança, e que cresceram com a participação de grupos da ala radical da oposição, que pedem a saída do governo.

Desde o dia 12 de fevereiro, muitas manifestações foram dispersadas com bombas de gás lacrimogêneo e outras levaram a confrontos entre grupos de mascarados e forças do governo, deixando ao menos 29 mortos, 400 feridos e mais de 40 investigações abertas por violações de direitos humanos.

Nesta segunda-feira, quase mil oficiais das forças antimotins foram mobilizados desde antes do amanhecer no município de Chacao, palco há cinco semanas dos protestos antigovernamentais.

O governo do presidente Nicolás Maduro definiu a operação como uma liberação da zona, onde diariamente ao anoitecer grupos radicais mascarados travam batalhas nas ruas com policiais.

Os ministros de Interior, Justiça e Paz, Miguel Rodríguez Torres, e de Comunicações e Informações, Delcy Rodríguez, se reuniram com o prefeito opositor Ramón Muchacho na Praça Altamira e disseram a ele que "entregavam a praça como território de paz".

Ao redor da emblemática Praça Altamira, duas centenas de membros da Guarda Nacional Bolivariana patrulhavam o setor, e grupos de trabalhadores limpavam os escombros deixados por grupos radicais mascarados que todas as noites protagonizam distúrbios.

No setor de Chacao, a 800 metros de Altamira, cerca de 150 membros da Guarda do Povo em motocicletas patrulhavam a zona, enquanto unidades da Guarda Nacional realizavam controles aleatórios de motociclistas e automóveis, comprovou a AFP.

Chacao, um município com setores de classe média e alta, é um dos redutos da oposição no leste de Caracas e é palco frequente dos protestos no país.

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